quarta-feira, 20 de julho de 2022

Escreveu, não leu...

         

Vi um vídeo antigo do programa do Jô Soares, onde ele mostrava “pérolas” de estudantes brasileiros colocadas em provas escritas em estabelecimentos de ensino por todo o País. Vejamos algumas: “A Rússia foi bombardeada pelo ditador nazista, Napoleão Bomdaparte”; “Cleópatra e Eva foram as primeiras mulheres a sentirem prazer com cobras”; “Leonardo Da Vinci ganhou o Oscar de melhor ator no Titanic”; “Um dos grandes produtos de exportação de Angola é a galinha”; “Jen Claude Van Damio é o artista que ganhou o Oscar com o filme o exterminador do futuro e depois se tornou governador de Washington”; “Tem uma planta que está em exterminação nas Ilhas Virgens: A trepadeira”; “O Bicho Preguiça é um dos bichos mais preguiçosos do mundo, junto com as tartarugas e algum funcionário público insatisfeito”; “Todos os lados do triângulo escaleno são iguais, porque a área da circunferência quadrada da pirâmide  é o dobro do raio que o parta”; “Segundo a lêndia, quem olhava para os olhos da Hipotenusa virava tijolo”.

         A gente ri, mas é uma triste realidade. Não que os nossos jovens sejam débeis mentais, mas isso demonstra a péssima qualidade do ensino no Brasil. E isso vem de longe. Lá pelos anos 70 eu tive uma professora que falava “Gaufo” e Cauvão”, e nem por isso nossa turma deixou de chegar às universidades e muitos se tornaram excelentes profissionais. Mais pelo mérito dos seus pais e professores primários, do que pelo ensino ginasial e secundário. Eu tenho um amigo que durante um prova, perguntou a um colega próximo qual a capital da Coréia do Sul. O colega respondeu: Seul. E ele não pensou duas vezes, e tacou lá: C U. Hoje ele é um empresário bem sucedido. A questão é que o ensino não tem sido bem transmitido, o que leva a maioria dos secundaristas a buscar cursos complementares, particulares, para aprimorar seus conhecimentos, coisa que muitos não podem fazer porque não conseguem bancar os custos destes cursos.

         Os baixos salários pagos aos professores do ensino público fizeram com que os melhores migrassem para os estabelecimentos de ensino particulares, que começaram a faturar alto porque os pais pagavam caro para que seus filhos tivessem ensino de qualidade. Os filhos dos que não podiam bancar cursos particulares permaneceram nas escolas públicas onde as políticas de capacitação dos professores são as piores possíveis. Além disso introduziram nas grades curriculares coisas como “politicamente correto” e ideologias de gênero, raça e religião, tirando espaço das questões acadêmicas.

As escolas de ensino integral, onde o aluno entra pela manhã e só sai à tarde, fazendo lá sua refeição ao meio-dia e retornam à tarde para ter mais aulas, ou praticar esportes, artes ou qualquer outra coisa que possa ocupar o seu tempo mínimo de aprendizado, perderam sua finalidade no ensino público. Nestas escolas não existe disciplina e os alunos entram e saem a hora que quiserem. Lá existem brigas e formação de gangues. É comum alunos agredirem professores.

Portanto, se você perguntar a um aluno de escola pública quem descobriu o Brasil, e ele responder que foi um tal de colombo, cuja mãe tinha uma venda de ovos e ele, certo, botou um ovo. E em pé, que é mais difícil, pois até galinha só bota ovo abaixada.

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