O jornalista, escritor e sociólogo, mestre em Letras, José
de Assis Freitas Filho, lançou, nesta terça-feira (13) a obra “O ano que Fidel
foi excomungado”. O evento aconteceu no Espaço Cultural Bar Flamboyant, para um
público considerável. Este é o terceiro livro de Assis Freitas que já publicou
dois livros de contos: O Mapa da Cidade (Mac- 1998) e O Ulisses no supermercado
(Prêmio CDL-2009).
O escritor
Julio Cortázar certa vez comparou o conto à fotografia. Segundo ele, o
contista, assim como o fotógrafo, sente necessidade de escolher e limitar uma
imagem ou um acontecimento que seja significativo, onde somente o essencial e o
indispensável ganham espaço, através da “eliminação de tudo o que não convirja
essencialmente para o drama”.
Este recorte da realidade, este breve instantâneo, como num
flash da máquina fotográfica, perpassa a narrativa curta característica da
contemporaneidade. O escritor José de Assis Freitas Filho mergulha neste raso
que inunda em seu novo livro: “O ano que Fidel foi excomungado” (Editora
Penalux). São onze narrativas que desestruturam os limites entre a realidade e
a ficção.

Neste universo quase crônica da vida
urbana, quase poema do imaginário, como assinala o crítico literário Alfredo
Bosi sobre a ficção do nosso tempo, as personagens do livro de Assis Freitas se
movem como duendes, marionetes, seres naufragados em solidão, títeres de algum
demiurgo. Ora aqui, ora ali, há súbitos encontros, desaparecimentos, um
mergulho na condição inexorável do ser escritor. O autor se utiliza das
personagens, ambiente, ideias e emoções criando uma tensão que organiza os fios
de uma história e prende a atenção do leitor.
O conto que dá título ao livro – O ano que Fidel foi
excomungado – é uma sensível e emocionada história sobre a perda de um pai. O
narrador – Assis Freitas invariavelmente utiliza-se da narração em primeira
pessoa – enumera fatos e acontecimentos que se misturam num mosaico para compor
a figura daquele ente tão querido. E a pergunta que fica no ar: qual mesmo o
ano que Fidel foi excomungado?
Em outra narrativa emblemática – Esta noite quero ouvir
todos os blues – o escritor monta uma espécie de quebra-cabeças para um (im)possível
relato de memórias: “o homem e o seu espelho e a sua estranheza, o não
reconhecimento. A interrogação que jaz, como um quadro que ainda espera
assinatura.” Como frisa Lalo Arias, “se a boa poesia (lembrem-se que o Assis é
poeta dos grandes), no linguajar do boxe, deve ser um direto no queixo do
leitor, esses contos são 10 ganchos no fígado. Senhoras e senhores, preparem-se
para o nocaute”. Sociólogo e mestre em Letras, José de Assis Freitas Filho tem
dois outros livros de contos publicados: O Mapa da Cidade (Mac- 1998) e O
Ulisses no supermercado (Prêmio CDL-2009). O escritor é servidor da
Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), lotado na Assessoria de
Comunicação Social.
O livro pode ser adquirido
no site da editora: http://www.editorapenalux.com.br.
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