
Embora
muitos cientistas nos considerem seres essencialmente egoístas, pesquisas provam
o contrário. Antropólogos e historiadores mostram que os homo sapiens já
dividiam a carne da caça e os produtos da coleta entre eles na hora de comer. Contudo,
para alguns pesquisadores quando o homem faz o bem apenas para seus conhecidos
e semelhantes isso pode ser considerado cientificamente como nepotismo.
O texto de
Jerônimo Teixeira "A
evolução da bondade", publicado na Super Interessante diz o seguinte:
"Muitos biólogos acreditam que
somos todos seres egoístas, que buscam apenas espalhar os próprios genes e
perpetuar a linhagem a que pertencemos - até em nossos atos mais benevolentes.
Mas será mesmo que não existe altruísmo? Novas pesquisas mostram que a evolução
pode se dar em termos bem mais caridosos do que costumamos imaginar
É uma ironia amarga que ainda seja
necessário promover campanhas contra a fome. Se você reparar bem, os hábitos
sociais da espécie humana são de uma generosidade proverbial no que diz
respeito à comida. Em virtualmente todas as culturas, grandes festas são
acompanhadas de comilança. Estamos sempre oferecendo comida aos outros, seja na
forma de um casual chiclete ou de uma recepção formal. E quem já não entrou
numa daquelas ridículas disputas para pagar a conta no restaurante? O problema
é saber se essas práticas sociais realmente se qualificam como exemplos de
generosidade. Em inglês, um ditado muito corrente no mundo dos negócios diz que
there’s no free lunch – traduzindo, "não existe almoço grátis". Se um
conhecido que você não vê há anos resolve convidá-lo para um churrasco, a
desconfiança é imediata – será que ele vai pedir dinheiro emprestado?
Existe ou não almoço grátis? Esse é
um dos grandes debates da biologia contemporânea. O gesto desinteressado do
verdadeiro altruísmo parece ser uma impossibilidade evolutiva. Um comportamento
só pode ser qualificado de altruísta se ele traz benefícios para os outros e
custos para quem o pratica. Ou seja, o altruísta está diminuindo sua aptidão
para favorecer a dos outros. Suas chances de sobreviver e de reproduzir são
menores, enquanto todos os demais – inclusive os egoístas – levam vantagem. A
longo prazo, o altruísta deveria ser levado à extinção, deixando o campinho
livre para que o egoísmo grasse como erva daninha.

Egoísmo molecular
Para o
biólogo Edward O. Wilson, da Universidade de Harvard, Estados Unidos, a
evolução do altruísmo é o problema teórico central da sociobiologia, ciência
que busca entender em bases biológicas o comportamento social de animais. A
questão já intrigava o próprio naturalista inglês Charles Darwin, que em 1871,
na obra A Origem do Homem, utilizou a seleção de grupo para explicar a evolução
da moralidade humana. O comportamento moral, ensina Darwin, não traz vantagem
para o indivíduo, que lucraria mais desobedecendo as regras para agir de acordo
com sua vontade própria. Mas uma tribo regida por valores que enfatizem "o
espírito de patriotismo, fidelidade, obediência, coragem e solidariedade"
certamente será mais coesa e organizada e assim terá maiores chances de vitória
na disputa por recursos naturais ou territórios com tribos menos virtuosas. A
seleção natural, portanto, agiria não somente sobre indivíduos, mas também
sobre grupos competidores.
Darwin,
no entanto, colocava mais ênfase na seleção individual, na luta de cada um
contra todos, e não desenvolveu plenamente o conceito de seleção de grupo.
Para saber mais acesse http://super.abril.com.br.
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