Enquanto
o Jornal Nacional e a revista Veja apontam o Mensalão como o maior caso de
corrupção da história recente do Brasil, a revista Superinteressante, também da
Editora Abril, publica uma pesquisa sobre os casos mais recentes de corrupção
no Brasil e classifica o Mensalão em 9º lugar. No mínimo, curioso. Segundo a
pesquisa, por causa da, corrupção o
Brasil perdeu R$ 12 bilhões em investimentos privados em 2011, o equivalente a
R$ 1,2 mil pagos anualmente por cada trabalhador brasileiro.
Conheça
os casos mais notórios dos últimos 20 anos*
10. Me dá um
dinheiro aí
CASO: Máfia dos fiscais
ROMBO: R$ 18 milhões
QUANDO: 1998 e 2008
ONDE: Câmara dos vereadores e servidores públicos de São
Paulo.
Comerciantes e ambulantes
(mesmos aqueles com licença para trabalhar) eram colocados contra a parede: se
não pagassem propinas, sofriam ameaças, como ter as mercadorias apreendidas e
projetos de obras embargados. O primeiro escândalo estourou em 1998, no governo
de Celso Pitta. Dez anos mais tarde, uma nova denúncia deu origem à
Operação Rapa.
9. Olha essa
mesada!
CASO: Mensalão
ROMBO: R$ 55 milhões
QUANDO: 2005
ONDE: Câmara Federal
Segundo delatou o
ex-deputado federal Roberto Jefferson, acusado de envolvimento em fraudes dos
Correios, políticos aliados ao PT recebiam R$ 30 mil mensais para votar de
acordo com os interesses do governo Lula. Dos 40 envolvidos, apenas três
deputados foram cassados. A conta final foi estimada em R$ 55 milhões, mas pode
ter sido muito maior.
8. Siga aquela
ambulância
CASO: Sanguessuga
ROMBO: R$ 140 milhões
QUANDO: 2006
ONDE: Prefeituras e Congresso Nacional
Investigações apontaram
que os donos da empresa Planam pagavam propina a parlamentares em troca de
emendas destinadas à compra de ambulâncias, superfaturadas em até 260%.
Membros do governo atuavam nas prefeituras para que empresas ligadas à Planam
ganhassem as licitações. Nenhum dos três senadores e 70 deputados federais
envolvidos no caso perdeu o mandato.
7. Pobre Amazônia
CASO: Sudam
ROMBO: R$ 214 milhões
QUANDO: 1998 e 1999
ONDE: Senado Federal e União
Dirigentes da
Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia desviavam dinheiro por meio
de falsos documentos fiscais e contratos de bens e serviços. Dos 143 réus,
apenas um foi condenado e recorre da sentença. Jader Barbalho, acusado de ser
um dos pivôs do esquema, renunciou ao mandato de senador, mas foi reeleito em
2011.
6. Navalha na
carne
CASO: Operação Navalha
ROMBO: R$ 610 milhões
QUANDO: 2007
ONDE: Prefeituras, Câmara dos Deputados e Ministério de
Minas e Energia
Atuando em nove estados e
no Distrito Federal, empresários ligados à Construtora Gautama pagavam
propina a servidores públicos para facilitar licitações de obras. Até
projetos ligados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e ao Programa
Luz Para Todos foram fraudados. Todos os 46 presos pela Polícia Federal foram
soltos.
5. Bilhete
premiado
CASO: Anões do orçamento
ROMBO: R$ 800 milhões
QUANDO: De 1989 a 1992
ONDE: Congresso Nacional
Sete deputados (os tais
“anões”) da Comissão de Orçamento do Congresso faziam emendas de lei
remetendo dinheiro a entidades filantrópicas ligadas a parentes e cobravam
propinas de empreiteiras para a inclusão de verbas em grandes obras. Ficou
famoso o método de lavagem do dinheiro ilegal: as sucessivas apostas
vencedoras do deputado João Alves na loteria.
4. Cadê o fórum?
CASO: TRT de São Paulo
ROMBO: R$ 923 milhões
QUANDO: De 1992 a 1999
ONDE: Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo
O Grupo OK, do ex-senador
Luiz Estevão, perdeu a licitação para a construção do Fórum Trabalhista
de São Paulo. A vencedora, Incal Alumínio, deu os direitos para o empresário
Fabio Monteiro de Barros. Mas uma investigação mostrou que Fabio repassava
milhões para o Grupo OK, com aval de Nicolau dos Santos Neto, o Lalau,
ex-presidente do TRT-SP. A construção do Fórum nunca foi concluída.
3. Precinho
camarada
CASO: Banco Marka
ROMBO: R$ 1,8 bilhão
QUANDO: 1999
ONDE: Banco Central
Com acordos escusos, o
Banco Marka, de Salvatore Cacciola, conseguiu comprar dólar do Banco Central
por um valor mais barato que o ajustado. Uma CPI provou o prejuízo aos cofres
públicos, além de acusar a cúpula do BC de tráfico de influência, entre
outros crimes. Cacciola foi detido em 2000, fugiu para a Itália no mesmo ano
e, preso em Mônaco em 2008, voltou ao Brasil deportado.
2. Chama o Van
Helsing
CASO: Vampiros da Saúde
ROMBO: R$ 2,4 bilhões
QUANDO: De 1990 a 2004
ONDE: Ministério da Saúde
Empresários,
funcionários e lobistas do Ministério da Saúde desviaram dinheiro público
fraudando licitações para a compra de derivados do sangue usados no
tratamento de hemofílicos. Propinas eram pagas para a Coordenadoria Geral de
Recursos Logísiticos, que comandava as compras do Ministério, e os preços
(bem acima dos valores de mercado) eram combinados antes. Todos os 17 presos
já saíram da cadeia.
1. Manda pra fora
CASO: Banestado
ROMBO: R$ 42 bilhões
QUANDO: De 1996 a 2000
ONDE: Paraná
Durante quatro anos, cerca
de US$ 24 bilhões foram remetidos ilegalmente do antigo Banco do Estado do
Paraná (Banestado) para fora do país por meio de contas de residentes no
exterior, as chamadas contas CC5. Uma investigação da Polícia Federal
descobriu que as remessas fraudulentas eram feitas por meio de 91 contas
correntes comuns, abertas em nome de “laranjas”. A fraude seria conhecida por
gerentes e diretores do banco. Foram denunciados 684 funcionários - 97 foram
condenados a penas de até quatro anos de prisão. O estado obteve o retorno de
arrecadação tributária de cerca de R$ 20 bilhões.
*Valores estimados e
atualizados pela inflação
Fontes: Andre Carraro, professor do departamento de economia
da Unversidade Federal de Pelotas e especialista em corrupção, Museu da
Corrupção, Controladoria-Geral da União, ONG Transparência Brasil, site
Consultor Jurídico, Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo.
Confira no link:
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