Recém saído da adolescência,
perdi minha velha babá. Chorei copiosamente. Mais tarde perdi meus pais,
irmãos, parentes, amigos. Mas aí eu já não sentia tristeza, e sim saudade.
Conforta-me o fato de sabê-los seguindo suas jornadas, cumprindo as leis
universais.
Eu não cultuo a morte. Vou a
velórios ou enterros por obrigação social, mas sabendo que nada posso fazer
pela pessoa falecida, senão orar a Deus por ela. E nada que eu diga vai minorar
a tristeza dos familiares. Só o tempo resolve isso. O tempo e a fé. Fé no poder
divino que criou e rege o universo, e obediência às suas leis.
Não visito túmulos para orar
ou celebrar rituais religiosos. Ali não há nada da pessoa que eu gostava, senão
restos materiais. A alma, o espírito, a essência que animava aquele corpo há
muito partiu. Esporadicamente, quando vou ao cemitério procuro ver como está o
jazigo da minha família, e, caso necessário, mando limpar ou consertar, porque
outros membros da família serão enterrados ali. Apenas por isso.
O fato de não temer a morte,
também não significa que não preservo a minha vida. Claro. Deus me deu o dom da
vida, e só ele poderá tirá-la de mim, por morte natural, acidente ou agressão
Mas nunca me vou suicidar. Também não exponho a minha vida a riscos inúteis.
Deus precisa de almas corajosas, não tolas.
Preservo minha vida tanto
quanto busco preservar as vidas das pessoas que me cercam. Faço o que estiver
ao meu alcance para preservar uma vida, mesmo de pessoas estranhas. Quem me
conhece sabe disso. Alegro-me quando
consigo e entristeço quando não. Por fim, devemos sempre lembrar o que disse
Jesus: “Qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que,
por amor de mim, perder a sua vida, a salvará. (Lucas 9:24).
Nenhum comentário:
Postar um comentário