A Organização Mundial
da Saúde (OMS) disse neste sábado (25) que atualmente "não há
evidências" de que pessoas que se recuperaram da covid-19 e possuem
anticorpos estejam protegidas de uma segunda infecção pelo coronavírus.
Em um briefing científico, a
agência das Nações Unidas alertou governos contra a emissão de
"passaportes de imunidade" ou "certificados de livre de riscos" às
pessoas que foram infectadas, uma vez que sua precisão não pode ser
garantida.
A prática poderia, na verdade, aumentar os
riscos de propagação contínua da doença, à medida que pessoas que se
recuperaram podem ignorar conselhos sobre as precauções que devem ser
tomadas contra o vírus, disse a entidade.
"Alguns governos sugeriram que a detecção de
anticorpos ao SARS-CoV-2, o vírus que causa a covid-19, poderia servir
como a base para um 'passaporte de imunidade', ou 'certificado de livre
de riscos', que permitiria a indivíduos viajar ou voltar para casa,
assumindo que eles estariam protegidos contra a reinfecção", disse a
OMS.
"Atualmente não há evidências de que pessoas
que se recuperaram da covid-19 e possuem anticorpos estão protegidas de
uma segunda infecção", acrescentou.
O Chile anunciou na semana passada que
começaria a distribuir "passaportes de saúde" para pessoas consideradas
recuperadas da doença. Uma vez rastreado o desenvolvimento de anticorpos
para torná-las imunes ao vírus, elas poderiam retornar imediatamente ao
trabalho.
A OMS disse que continua avaliando
evidências sobre as respostas de anticorpos ao vírus, que surgiu na
cidade chinesa de Wuhan no final do ano passado. Cerca de 2,8 milhões de
pessoas já foram infectadas pelo novo coronavírus em todo o mundo,
sendo que mais de 200 mil morreram, segundo contagem da Reuters.
A maior parte dos estudos mostra que as
pessoas que se recuperaram da infecção têm anticorpos para o vírus,
segundo a OMS. No entanto, algumas delas possuem níveis muito baixos de
anticorpos neutralizadores no sangue, "sugerindo que a imunidade celular
também pode ser fundamental para a recuperação", concluiu a
organização. (Agência Brasil)
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