Conectar pessoas que
precisam de ajuda, em meio às limitações impostas pelas medidas
preventivas ao novo coronavírus (covid-19), e pessoas que querem ajudar.
É com este propósito que uma plataforma desenvolvida inicialmente para
aproximar condôminos de vizinhos que pertencem ao grupo de risco mais
suscetível à doença tem ganhado espaço, a ponto de já contar com um time
de voluntários de cerca de 5 mil pessoas.
De acordo com a equipe desenvolvedora da plataforma – disponível no site Vizinho do Bem,
a ferramenta, que é gratuita, já está presente em 374 cidades
localizadas em todas as 27 unidades federativas do país. Mais de 100 mil
acessos já foram registrados, o que demonstra o quanto o brasileiro
está disposto a ser solidário nesses tempos difíceis.
Entre as ajudas solicitadas estão as de
compras em supermercados e farmácias, bem como passeios com cachorros e
até mesmo a busca de solução para problemas em computadores de quem está
fazendo trabalhando em casa.
O site traz também dicas para que a ajuda seja prestada da forma mais segura possível.
Benefícios da solidariedade
De acordo com o consultor financeiro Renan
Araújo, um dos voluntários que usaram a plataforma, os benefícios da
solidariedade não atinge apenas aqueles que são ajudados. “Ser solidário
é algo que tem me ajudado muito. Não só por, ao ajudar os outros,
esquecermos nossos próprios problemas. Ao focarmos no bem-estar e no
ajudar, pensamos menos nas coisas ruins que podem estar acontecendo no
mundo”, disse Araújo.
“Levar felicidade, acalentar, ou mesmo
tornar a vida de alguém mais fácil ou confortável, faz bem tanto do
ponto de vista emocional quanto psicológico”, disse Renan Araújo, que
mora em um condomínio localizado na capital paulista.
Uma das empresas prestadoras de serviços
tecnológicos do condomínio onde Araújo mora havia desenvolvido um
aplicativo voltado tara gestão e comunicação interna entre os
condôminos. Foi a partir desse aplicativo, denominado Noknox, que surgiu
a ideia de ajudar vizinhos que, por serem do grupo de risco
da covid-19, tinham mais dificuldades para se deslocar.
A ideia ganhou corpo, principalmente após a
empresa responsável pelo aplicativo disponibilizar funcionários para, de
forma voluntária, desenvolver o site e fazer a conexão entre as pessoas
que demandavam ajuda e aquelas que gostariam de ajudar. Dos 16
funcionários da empresa, homônima do aplicativo, cinco se revezam para
cuidar da plataforma.
Inicialmente, o objetivo era atender apenas
os moradores do condomínio. Com a motivação dos envolvidos, a iniciativa
ganhou corpo, passando a atender também pessoas de comunidades
próximas.
Sensibilizado com a situação de uma mulher
desempregada, cujo marido, motorista de aplicativo, apresentava sinais
da doença, Araújo mobilizou os vizinhos, para arrecadar alimentos e
destiná-los ao casal, já afogado em dívidas e contas atrasadas. “Foi uma
experiência cativante, tanto pelas palavras ouvidas, como pelas reações
espontâneas”, resumiu Araújo.
Contatada pela Agência Brasil, a Noknox informou ter sido procurada por outras empresas interessadas em fazer doações.
Plataforma
O funcionamento da plataforma é bastante
simples. Basta, tanto a voluntários como aos que buscam ajuda, preencher
um cadastro com alguns dados, nas áreas “Preciso de Ajuda” e “Quero
Ajudar”. É necessário que o interessado descreva o tipo de ajuda de que
precisa ou, no caso dos voluntários, descrever o tipo de ajuda que podem
dar.
Uma equipe da Noknox analisa
a proximidade entre a ajuda e o voluntário e faz a conexão entre as
partes. A empresa ressalta que, feita a conexão, “toda a apresentação e
relação fica por conta das duas partes”.
“Após a ponte feita, o voluntário entra em
contato com quem solicitou ajuda e juntos definem como será todo o
processo de ajuda. Além de seguir as orientações de segurança, combinam
previamente como será realizado o pagamento de itens de supermercado e
farmácias, caso seja esse tipo de ajuda a ser feita. É de extrema
importância que esses acordos sejam realizados antes de qualquer ação”,
informa a empresa. (Agência Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário