Jesus passou
quarenta dias e quarenta noites no deserto meditando. Nós estamos em quarentena
e eu achei que poderia haver algo de útil nisso, senão por que Jesus passaria
tanto tempo isolado e por que Deus nos imporia tal similar condição? A primeira
lição que eu aprendi foi de que isso mudaria completamente as relações
trabalhistas. Escrevi e publiquei artigo sobre isso na minha coluna Sempre
Livre. O trabalho Home Office, tão temido por patrões, tem se mostrando de uma
eficiência benéfica para todos, exceto para empresários incompetentes e
funcionários relapsos e preguiçosos.
E
por aí fui pensando sobre coisas do dia a dia. Por exemplo: As relações
familiares. A quarentena tem exposto casas mal vividas, existências mal
resolvidas, como tem exposto os boletins de ocorrências policiais. Mas, mais
importante que isso, a aproximação de casais e de filhos, que remetem àquelas
antigas conversas à mesa, onde problemas eram resolvidos, verdades eram ditas e
lições eram aprendidas. E até nas questões mais frívolas, discutidas entre
amigos nas mesas de bar. Eu, por exemplo, era o fã incondicional de John
Lennon, e não gostava muito do McCartney. Lennon era o rebelde, como eu, e Paul,
para usar um linguajar da época, era muito “mauricinho”. Reouvindo as músicas em casa, com calma, descobri
que ambos são fenomenais. Descobri
também que Harrison, além de muito espiritualizado, era muito romântico, e que Ringo,
como para todo baterista, não importa a canção, o estilo ou o ritmo, ele vai em
todas e em tudo. E é aí que o talento aparece e se destaca.
Diante disso, vi
que em todas as profissões é assim. Os melhores não escolhem serviços, mas dão
o seu melhor em cada tarefa. E quando cada um de nós opta por fazer o bem sem
olhar a quem, mas focado apenas no resultados das nossas ações, do nosso trabalho,
o resultado é bom para todos. Então, por que não escolher fazer e ser sempre o
melhor?
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