quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Aniversário da Princesa

O Observatório Astronômico Antares foi inaugurado em 1971 e incorporado à UEFS em 27 de Março de 1992 como uma Unidade de Desenvolvimento Organizacional, passando a realizar e a colaborar com os cursos de graduação e de pós-graduação da UEFS em atividades de ensino, pesquisa e extensão universitária. Mas, a verdadeira história do Observatório, sua fundação não é divulgada, e hoje contamos aqui.

A (verdadeira) história do Observatório Antares

(Sem motivo aparente, esses fatos históricos sobre o Observatório Antares geralmente são omitidos pela UEFS, e só podem ser obtidos junto àqueles que participaram efetivamente da sua fundação)

A fundação da Sociedade Astronômica Feirense (SAF), em 1966, precedeu a existência do Observatório Antares.  Os jovens feirenses, César Orrico, Carlos Bacelar, Olival Carneiro e Josemar Navarro, foram os pioneiros da Astronomia em Feira de Santana. Eles já haviam construído e testado um foguete com aproximadamente 40 cm de comprimento e 14 cm de diâmetro, usando combustível sólido. Bacelar montou o painel de controle e o sistema elétrico, Olival preparou o combustível, Josemar e Orrico, montaram a estrutura do foguete e no teste alcançou, aproximadamente, 150 m de altura. Depois de pouco tempo, a SAF se desfez por falta de recursos.

Carlos Bacelar

Em 1968, aos 17 anos, Bacelar comprou um telescópio de 180X, da Tasco, com 60 cm de comprimento, e nele adaptou uma engrenagem motorizada, para fazer o telescópio acompanhar um astro em movimento e assim permitir a observação por bastante tempo. Assim, ele e os amigos passavam um bom tempo observando os astros. César Orrico ficou entusiasmado com a “invenção” e convidou Bacelar para montar um observatório. O investimento era alto e eles não tinham recursos. Empenhado em concretizar este sonho, Orrico começou a fazer visitas a pessoas potencialmente capazes de apoiar a iniciativa. Numa dessas visitas, em que se fez acompanhar por José Olympio Mascarenhas, ele levou o telescópio e conseguiram sensibilizar Alberto Oliveira, que doou um terreno. Depois apareceu mais outro e, por fim, a imobiliária de Milton Falcão (Bubu), que cedeu um grande terreno no Jardim Cruzeiro. Foi escolhido este último, porque se situava mais próximo do centro da cidade, como Cesar queria, e era o maior dentre os colocados à disposição. É neste local que hoje se encontra o Observatório Antares.

Cesar Orrico

 Alberto Oliveira, filho do deputado Áureo Filho, levou José Olímpio e Cezar até a casa do deputado, apresentaram-lhe o projeto elaborado pelo arquiteto Everaldo Cerqueira, e ouviram: “Feira de Santana não merece isso”. Eles ficaram espantados com a frase, e Áureo Filho completou, dizendo: “Feira merece algo maior e temos que trazer o melhor para nossa cidade.” Convidou-os, então, para ir até o governador Antônio Carlos Magalhães, que entusiasmado com o projeto, mandou providenciar o que fosse necessário para erguer o observatório.

Em 25 de setembro de 1971, o Observatório Antares foi fundado. O empenho de ver erguido o prédio em que funcionaria o observatório levou José Olympio, em meados de 1972, a começar a construção dos alicerces. A construtora Teto deu continuidade, fixando, primeiramente, isolada de toda a estrutura do prédio, com uma profundidade de aproximadamente 10 metros, a coluna onde foi colocado o telescópio e depois o resto da estrutura até a conclusão. Após a construção da coluna, para a colocação do telescópio, edificou-se a estrutura central para montar a cúpula e depois foi construída a frente, onde foram instalados o auditório, a biblioteca e a recepção. Em março de 1974, foi adquirido o primeiro telescópio refrator de 152/2.286 mm (2,28 m) de comprimento, de fabricação americana, depois de pouco tempo foi colocado a cúpula de 5m de diâmetro.

Em pouco tempo foram feitas as primeiras fotos no Observatório, o eclipse da Lua, com duas incidências: uma da sequência do eclipse, em 5 exposições numa só foto, que foi feita com uma máquina fotográfica, que ainda usava filme, com a máquina presa a um tripé; as outras fotos foram feitas no telescópio, pelo fotógrafo Magalhães, e com a presença de Cesar e do jornalista Egberto Costa, que acompanharam a passagem do eclipse.

Na década de 1970, o Observatório lançou algumas publicações, dentre as quais se destacam: em dezembro de 1973, o livreto sobre a passagem do cometa Kohoutek; em janeiro de 1975 o mapa do céu da Bahia, trazido do Observatório Nacional do Rio de Janeiro, pelo astrônomo Rogério Mourão; e em 1979 o anuário do Observatório, com orientação do astrônomo Rogério Mourão.


O Observatório foi doado inicialmente à prefeitura de Feira, mas como não havia recursos para manter e dar continuidade aos trabalhos científicos, a partir de novembro de 1994 foi incorporado à Universidade Estadual de Feira de Santana. Sua localização dentro da cidade de Feira de Santana, entretanto, não é adequada para a pesquisa observacional. Os observatórios astronômicos devem ser sediados longe da poluição atmosférica das grandes cidades, num sítio de grande transparência atmosférica, sem luminosidade e de clima seco, em grandes altitudes, sem vibração terrestre, longe da passagem de veículos, como são os grandes observatórios existentes no mundo.

Museu

A semente inicial que permitiu construir o Museu Antares de Ciência e Tecnologia (MACT), surgiu em 2003 com as atividades de ensino-extensão desenvolvidas nos projetos:  “Educação, Ciência e Sociedade; Ensino e Difusão de Astronomia,, financiado pela Fundação Vitae para a Educação Científica, e Escolas da Ciência: Ambientes Pedagógicos para Aprendizagens Múltiplas, financiado pelo CNPq na Seleção Pública de Propostas para Apoio a Museus e Centros de Ciências.

A ideia reflete uma proposta inovadora para as escolas e na difusão e popularização científica. Com os dois projetos iniciais concluídos (Dinossauros e Pterossauros do Brasil) e a (Conquista da Lua), realizados pelo Atelier Ivo Gato, foi inaugurado em 24 de Setembro de 2009, no Observatório Astronômico Antares, o Museu Antares de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual de Feira de Santana, objetivando contribuir para a melhoria do ensino de ciências nas escolas e na difusão e popularização científica.

Com informações de Carlos Bacelar e Ascom da UEFS

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