sábado, 19 de setembro de 2020

Aniversário de Princesa

 

"...sua visão e sua formação teológica não surgem como uma exposição doutrinária carregada de erudição, mas de uma forma espontânea e em consonância com a Igreja, frutos que são dessa sólida formação, após anos de tanto estudo e trabalho. Em tudo emerge a mansuetude, a firmeza e mostra a revelação, ‘sem a qual a criação seria um livro fechado’. Sempre cultivou o desapego, identificando-se com o Senhor e o agir como Cristo”. Em nossa série de postagens em comemoração ao aniversário de Feira de Santana, ocorrido nesta sexta, estamos usando estas palavras do advogado Antônio Santana para falar de um homem que tem relevantes serviços prestados a Feira de Santana, especialmente a comunidade católica. Dom Silvério Albuquerque.

... e Jarbas arou o campo sem nunca ter olhado para trás.

                                 “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está                                               apto para o Reino de Deus”  (Lucas 9, 62 b)

          Dom Silvério Jarbas Paulo de Albuquerque nasceu em Olinda, Pernambuco no dia 11 de março de 1917, filho de Artur Paulo de Albuquerque e Laura Isaura de Melo Albuquerque. Fez seus estudos fundamentais no Colégio Marista de Recife. Em 1933, seguiu para a Alemanha para completar seus estudos. Em 1937, professou os votos religiosos na Ordem dos Frades Menores. Ordenou-se sacerdote a 30 de maio de 1942 e no mesmo ano foi nomeado diretor do Seminário Franciscano Ipuarana, em Campina Grande, interior da Paraíba. De 1964 a 1970 foi superior do convento São Francisco, em Salvador. No dia 17 de março de 1970 recebeu a notícia de sua eleição para bispo da Diocese de Caetité, onde permaneceu por três anos.

De 1973 a 1995 foi bispo da diocese de Feira de Santana. Dom Silvério, mesmo como bispo emérito, continuou prestando serviços na Secretaria do Arcebispado, fazendo crismas e participando de festas de padroeiros em paróquias da Arquidiocese. Sempre teve um grande amor à Igreja confirmando o lema que orientou seu ministério episcopal: “Sentire cum Ecclesia” (Sentir com a Igreja).

A biografia de Dom Silvério, publicada em 2008 no livro “O Campo Arado por Jarbas” do escritor Carlos Kruschewsky, mostra fatos pouco conhecidos da infância e adolescência do menino\rapaz alegre e feliz que gostava de jogar futebol, passando pelos fatos sócio políticos com os quais ele teve que lidar, como o nazismo e a ditadura militar no Brasil, inclusive, narra fatos sobre a polêmica extinção do lado profano da Festa de Santana na década de 80. Ele faleceu aos 96 anos. Dom Silvério apresentava saúde debilitada por causa da idade avançada. O corpo foi velado e sepultado na Catedral Metropolitana de Santana, onde também foi celebrada uma missa de corpo presente.

O livro mostra em cada fase da vida de Dom Silvério um ser humilde, voltado para a fé, o conhecimento e o trabalho, sempre com coerência e firmeza, como demonstrados na defesa de um colega preso pela ditadura, ou na visita da Rainha da Inglaterra ao Convento de São Francisco, em Salvador. O advogado Antônio Santana, que prefacia o livro, assim retratou o caráter de Dom Silvério: “...sua visão e sua formação teológica não surgem como uma exposição doutrinária carregada de erudição, mas de uma forma espontânea e em consonância com a Igreja, frutos que são dessa sólida formação, após anos de tanto estudo e trabalho. Em tudo emerge a mansuetude, a firmeza e mostra a revelação, ‘sem a qual a criação seria um livro fechado’. Sempre cultivou o desapego, identificando-se com o Senhor e o agir como Cristo”.

Para os católicos, o sentimento que ficou foi expresso pelo arcebispo metropolitano, Dom Itamar Vian: “O irmão, amigo, religioso, sacerdote e bispo Dom Silvério de Albuquerque, com certeza, repetiu as palavras de São Paulo: Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Já nada me resta senão receber a coroa de justiça que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia” (2 Tim 4,7-8).

 Com informações da Wikipédia e do livro “O campo arado por Jarbas, do Dr.Carlos Alberto Kruschwsky

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