domingo, 27 de setembro de 2020

HIstórias da Princesa

Prosseguindo com a nossa série de matérias sobre a História e as Estórias de Feira de Santana, de 1950 até o ano 2000, vamos falar um pouco da instituição representativa de classe das  mais respeitadas da cidade, que desde sua criação participa de todas as discussões sobre os destinos do município. A Câmara de Diretores Lojistas (CDL).

Grandes homens escreveram a história da CDL

 


Fundada em 09 de maio de 1962 por um grupo de 14 empresários do comércio varejista do município, a Câmara de Diretores Lojistas de Feira de Santana (CD)L se firmou no mercado como uma entidade de classe voltada para defesa dos direitos e interesses dos lojistas e consumidores de Feira e região. Entidade de âmbito municipal, nascida com o objetivo de instalar um serviço que viesse atender aos lojistas que vendiam a prazo, sendo eleitos para reger a administração da CDL na época, José da Costa Falcão, Presidente; Valdemar Pereira da Purificação; Vice Presidente; Antônio Carlos Marques, Secretário; Cícero Carvalho, Diretor de Relações Públicas; Leovigildo Caldas, Tesoureiro e Edgar Caldas Simas, Diretor Social. A solenidade de posse ocorreu no dia 18 de maio, durante jantar realizado no salão nobre do Feira Tênis Clube.
José da Costa Falcão

 Trata-se hoje de uma instituição representativa de classe das mais respeitadas da cidade, que participa de todas as discussões sobre os destinos do município. Mas, para que chegasse a ser o que é hoje, a CDL fundada com o nome de Clube de Diretores Lojistas passou a existir graças a iniciativa de 14 pioneiros dotados de visão futurista. Não foram poucas as resistências para que os comerciantes feirenses aceitassem participar da nova instituição. Com muita luta e trabalho das sucessivas diretorias, a CDL escreveu uma parte da história de Feira de Santana e também é parte dela.
Em 1962 14 comerciantes reuniram-se em torno de uma ideia que nasceu no Sul do País e fundaram o Clube de Diretores Lojistas (CDL), elegendo como presidente José da Costa Falcão. Junto com o CDL veio o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). A nova instituição tinha como objetivos precípuos congregar os lojistas, estabelecer um perfeito e salutar entendimento entre eles, prestar assistência às lojas associadas, sugerindo soluções e afastando dificuldades, cooperar com as autoridades constituídas, independente do âmbito político, divulgar o elevado conceito da atividade do lojista perante a comunidade, manter estreito e permanente relacionamento com as demais associações de classes dos municípios, criar e manter outros serviços que venham aprimorar, atender e servir à classe empresarial. 

         Durante muitos anos as atividades do CDL restringiram-se à prestação de serviços às lojas associadas, através do SPC, que disciplinou e democratizou o crédito, investindo no desenvolvimento do setor de comercialização de mercadorias, acompanhando a evolução de novas técnicas e contribuindo para o aprimoramento do mercado como um todo.

         A partir de 1996, seguindo orientação da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas, passou a chamar-se Câmara de Dirigentes Lojistas, fazendo desaparecer a conotação de entidade de cunho recreativo e social, objetivando uma maior integração da classe lojista com a comunidade feirense de um modo geral.

         No início da década, entretanto, acompanhando uma tendência do movimento lojista nacional, já havia resolvido ampliar o seu lado institucional e, sem abandonar o setor de prestação de serviços ao comércio, passou a atuar na área de formação do empresário lojista por meio da oferta permanente de cursos, seminários, palestras e outros eventos, visando a qualificação profissional do comércio varejista.

         Para tanto, foram ampliados os espaços físicos da sua sede própria, com a construção de um edifício anexo dotado de toda a infraestrutura necessária para sua nova função.

 Crescimento

        

Alfredo Falcão

Quando foi criada a CDL, Feira de Santana tinha 141mil habitantes, com 51% de seus moradores vivendo na zona rural. Hoje são quase um milhão de  habitantes e menos de 10% moram na zona rural. "Foi fantástico o desenvolvimento da cidade nesse período". Declara o ex-presidente da CDL, Alfredo Falcão, acrescentando que  “a CDL não foi espectadora desse crescimento. Se não tivesse a cidade encontrado grandes homens desprendidos do seu eu, não seria ela a cidade que hoje é. Com certeza todos que fizeram a CDL, presidentes, diretores, funcionários e associados, têm uma parcela de contribuição nesse desenvolvimento”.

         Para Alfredo Falcão, desde a sua fundação a CDL foi carimbada com valores e princípios que não foram flexionados em nenhum momento de sua existência. “Foi sempre uma instituição proativa, o que levou em alguns momentos a se imaginar que ela estava sendo fraca ou omissa, quando na verdade estava não buscando palanque, mas tentando encontrar soluções para diversos problemas do comércio e da cidade. Não jogando pedras, mas compreendendo as dificuldades inerentes a todo processo de mudança e soluções e percorrendo o caminho que levasse ao encontro da solução dos problemas. Em nenhum momento permitiu-se que a política partidária fosse exercida pela CDL. Respeitou-se sempre as diversas opções partidárias que seus associados têm”, afirmou.

José Olympio Mascarenhas

“Para mim a CDL tem duas fases distintas: antes de Alfredo e depois de Alfredo. Ele foi o divisor de águas. Porque até ele, todos os presidentes antes dele, inclusive eu, vínhamos mantendo o dia a dia. Cada um fazendo uma coisa e outra. Alfredo não”.  Afirmou o ex-presidente José Olympio Mascarenhas, falecido em dezembro de 2019. Ele disse que quando assumiu a presidência, Alfredo aumentou a sede,  transformando-a no que é hoje, e fez a parte sociocultural que mudou completamente o conceito da CDL. “Ele sempre teve um conceito mais amplo para a CDL. Veio com sede, teatro, cursos, deu uma feição totalmente diferente daquela inicial”, declarou.

Por sua vez, o também ex-presidente Francisco Ricardo declarou: “Hoje vejo a mudança da CDL atuando em caráter social. A CDL representa uma força pujante em toda a cidade. Tudo que diz respeito à cidade passa pela CDL. Como passa pela Prefeitura e por outros organismos da sociedade e da administração. É uma das forças produtoras de Feira de Santana. A CDL sempre foi uma escadinha. Cada um de nós deu continuidade aos serviços da diretoria anterior. Cada presidente faz um tanto. Por isso que ela é grande, porque ninguém está querendo fazer obra para aparecer. Todo mundo quer continuar o que vem sendo feito. A CDL hoje, assim como na época em que fui presidente, tem a função de ajudar o comercio de todas as maneiras possíveis, defender os seus interesses contra as injustiças do estado, da lei, da força. Quando entrar o próximo presidente será uma continuação do que Alfredo está fazendo. A gente segue um plano diretivo, segue os estatutos da Instituição”, concluiu.

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