Prosseguindo com a nossa série de matérias sobre a História e as Estórias de Feira de Santana, de 1950 até o ano 2000, vamos falar um pouco da instituição representativa de classe das mais respeitadas da cidade, que desde sua criação participa de todas as discussões sobre os destinos do município. A Câmara de Diretores Lojistas (CDL).
Grandes homens escreveram a história da CDL
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José da Costa Falcão |
Trata-se hoje de uma instituição
representativa de classe das mais respeitadas da cidade, que participa de todas
as discussões sobre os destinos do município. Mas, para que chegasse a ser o
que é hoje, a CDL fundada com o nome de Clube de Diretores Lojistas passou a existir
graças a iniciativa de 14 pioneiros dotados de visão futurista. Não foram
poucas as resistências para que os comerciantes feirenses aceitassem participar
da nova instituição. Com muita luta e trabalho das sucessivas diretorias, a CDL
escreveu uma parte da história de Feira de Santana e também é parte dela.
Em 1962 14 comerciantes reuniram-se em
torno de uma ideia que nasceu no Sul do País e fundaram o Clube de Diretores
Lojistas (CDL), elegendo como presidente José da Costa Falcão. Junto com o CDL
veio o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). A nova instituição tinha como
objetivos precípuos congregar os lojistas, estabelecer um perfeito e salutar
entendimento entre eles, prestar assistência às lojas associadas, sugerindo
soluções e afastando dificuldades, cooperar com as autoridades constituídas,
independente do âmbito político, divulgar o elevado conceito da atividade do
lojista perante a comunidade, manter estreito e permanente relacionamento com
as demais associações de classes dos municípios, criar e manter outros serviços
que venham aprimorar, atender e servir à classe empresarial.
Durante muitos anos as atividades do CDL restringiram-se à prestação de serviços às lojas associadas, através do SPC, que disciplinou e democratizou o crédito, investindo no desenvolvimento do setor de comercialização de mercadorias, acompanhando a evolução de novas técnicas e contribuindo para o aprimoramento do mercado como um todo.
A partir de 1996, seguindo orientação da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas, passou a chamar-se Câmara de Dirigentes Lojistas, fazendo desaparecer a conotação de entidade de cunho recreativo e social, objetivando uma maior integração da classe lojista com a comunidade feirense de um modo geral.
No início da década, entretanto, acompanhando uma tendência do movimento lojista nacional, já havia resolvido ampliar o seu lado institucional e, sem abandonar o setor de prestação de serviços ao comércio, passou a atuar na área de formação do empresário lojista por meio da oferta permanente de cursos, seminários, palestras e outros eventos, visando a qualificação profissional do comércio varejista.
Para tanto, foram ampliados os espaços físicos da sua sede própria, com a construção de um edifício anexo dotado de toda a infraestrutura necessária para sua nova função.
Crescimento
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Alfredo Falcão |
Quando foi criada a CDL, Feira de Santana tinha 141mil habitantes, com 51% de seus moradores vivendo na zona rural. Hoje são quase um milhão de habitantes e menos de 10% moram na zona rural. "Foi fantástico o desenvolvimento da cidade nesse período". Declara o ex-presidente da CDL, Alfredo Falcão, acrescentando que “a CDL não foi espectadora desse crescimento. Se não tivesse a cidade encontrado grandes homens desprendidos do seu eu, não seria ela a cidade que hoje é. Com certeza todos que fizeram a CDL, presidentes, diretores, funcionários e associados, têm uma parcela de contribuição nesse desenvolvimento”.
Para Alfredo Falcão, desde a sua fundação a CDL foi carimbada com valores e princípios que não foram flexionados em nenhum momento de sua existência. “Foi sempre uma instituição proativa, o que levou em alguns momentos a se imaginar que ela estava sendo fraca ou omissa, quando na verdade estava não buscando palanque, mas tentando encontrar soluções para diversos problemas do comércio e da cidade. Não jogando pedras, mas compreendendo as dificuldades inerentes a todo processo de mudança e soluções e percorrendo o caminho que levasse ao encontro da solução dos problemas. Em nenhum momento permitiu-se que a política partidária fosse exercida pela CDL. Respeitou-se sempre as diversas opções partidárias que seus associados têm”, afirmou.
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José Olympio Mascarenhas |
“Para mim a CDL tem duas fases distintas: antes de Alfredo e depois de Alfredo. Ele foi o divisor de águas. Porque até ele, todos os presidentes antes dele, inclusive eu, vínhamos mantendo o dia a dia. Cada um fazendo uma coisa e outra. Alfredo não”. Afirmou o ex-presidente José Olympio Mascarenhas, falecido em dezembro de 2019. Ele disse que quando assumiu a presidência, Alfredo aumentou a sede, transformando-a no que é hoje, e fez a parte sociocultural que mudou completamente o conceito da CDL. “Ele sempre teve um conceito mais amplo para a CDL. Veio com sede, teatro, cursos, deu uma feição totalmente diferente daquela inicial”, declarou.
Por sua vez, o também ex-presidente Francisco Ricardo declarou: “Hoje vejo a mudança da CDL atuando em caráter social. A CDL representa uma força pujante em toda a cidade. Tudo que diz respeito à cidade passa pela CDL. Como passa pela Prefeitura e por outros organismos da sociedade e da administração. É uma das forças produtoras de Feira de Santana. A CDL sempre foi uma escadinha. Cada um de nós deu continuidade aos serviços da diretoria anterior. Cada presidente faz um tanto. Por isso que ela é grande, porque ninguém está querendo fazer obra para aparecer. Todo mundo quer continuar o que vem sendo feito. A CDL hoje, assim como na época em que fui presidente, tem a função de ajudar o comercio de todas as maneiras possíveis, defender os seus interesses contra as injustiças do estado, da lei, da força. Quando entrar o próximo presidente será uma continuação do que Alfredo está fazendo. A gente segue um plano diretivo, segue os estatutos da Instituição”, concluiu.
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