terça-feira, 22 de setembro de 2020

Os camelôs e o Centro de Feira

Não se chega a um centro em desordem e anarquia urbana como o de Feira sem a cumplicidade, tolerância- quando não, incentivo- do poder público municipal e seus representantes. Evidente, portanto, que isso leva a redução do potencial do comércio formal instalado na área, pela dificuldade de acesso, insegurança e aspecto pouco atraente.

Não resta dúvidas que centros comerciais como o nosso estão completamente fora de qualquer modelo de urbanidade com mínimo de cuidado e respeito ao cidadão consumidor e lojistas que pagam caros impostos pelo  degradado espaço, portanto, intervenção ainda que tardia era mais que necessário. A opção pela Cidade das Compras com a PMFS cedendo um valioso terreno como investimento e os valores a serem cobrados merecem ser discutidos, esclarecidos e apresentado aos pagadores de impostos que estão bancando todo esse negócio que beneficia um empresário e os locatários, mas não resta dúvidas que algo precisava ser feito.

Alguns discutem que o Shopping não será suficiente para abrigar todos os camelôs da cidade que seriam 6 mil, enquanto lá caberiam 1800. Isso não deve impedir a instalação dos que acertaram a ida para o local, com uma correta isenção inicial, assim como não impede que a PMFS discuta o que fazer com o grupo residual, com instalação suplementar no Centro de Abastecimento-  aliás, esse já deveria estar em uma Ceasa fora desse local-, por não terem o perfil de ocupação do Shopping. Uma ação não exclui a outra, mas não tem cabimento a suspensão judicial, felizmente já derrubada, inferindo que esse camelôs irão se tornar marginais, nem tampouco o representante do Shopping sair em entrevista dizendo que camelôs são ricos, tem Jet-ski, casa no lago, como se essa fosse uma condição universalizada.

A Prefeitura deve continuar a reordenação do Centro, seu remodelamento urbano, ainda que precise ficar atenta e buscar diálogo e alternativas com os camelôs remanescentes em busca de opções  que garantam sua alocação e sobrevivência nesse momento difícil. (Publicado no Tribuna Feirense)

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