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Jornais alternativos. O humor que faz a Princesa rir (ou chorar )
Mídia alternativa é o conjunto dos veículos de comunicação que se contrapõem a uma hegemonia, ou posição política dominante e representa o pensamento contrário. Partindo da insatisfação com as mídias corporativas, que são geralmente comprometidas com os interesses de grupos políticos, financeiros ou religiosos, esses movimentos visam oferecer uma outra maneira de pensar a função transgressiva da comunicação, sendo tudo isso feito com um aparato técnico mínimo e custos irrisórios. Seus principais veículos de comunicação são a Internet, as rádios comunitárias e jornais de baixa circulação, que eram chamados antigamente de “pasquins”.
“O Pasquim”, também era o nome de um semanário alternativo brasileiro, editado entre junho de 1969 a novembro de 1991, reconhecido por seu papel de oposição ao regime militar. Feira de Santana também teve os seus “Pasquins”. Há registros de um jornal alternativo chamado “A Tocha”, que tinha um lema curioso: “Tudo que o outro não traz, A Tocha traz”. Havia ainda os jornais de colégios, como o “Ciente Fico” editado por estudantes do curso científico do Colégio Municipal Joselito Amorim, na década de 70. Ainda hoje circulam pela cidades jornais de bairro, mas a maioria migrou para as mídias eletrônicas.
Nos anos 80, José Falcão da Silva, que deixou o MDB, onde fez desde sempre oposição ao regime militar, deixou o partido, que já se chamava PMDB, e entrou para o PDS (antigo Arena), e se elegeu prefeito. Não faltaram críticas por parte dos seus ex-companheiros e eleitores. O Jornalista Dimas Oliveira, que trabalhava em uma agência de viagens, criou um jornal de pequeno formato, impresso em uma máquina copiadora xerox, e com uma tiragem bem reduzida, fazia oposição ao prefeito. Nasceu assim em Feira de Santana o primeiro jornal alternativo da segunda metade do século XX. O DeMais
Não faltaram colaboradores e tudo era feito com humor e por diletantismo, pois não havia anúncios e o jornal era distribuído gratuitamente entre os amigos e aficionados do jornalismo e os colaboradores, numa tiragem bem reduzida. Mas, ainda assim, incomodou o prefeito, que havia se elegido com o apoio de um forte grupo de empresários. O Capital falou mais alto e Oliveira se viu forçado a parar com a publicação, sob pena de perder o emprego. Ficou um grande vazio no sentimento daqueles que gostavam, colaboravam, e se acostumaram com a veia humorística e sarcástica da linha editorial do jornal, que também valorizava a cultura. Alguma reação mais concreta era de se esperar. E ela veio.
Sempre Livre
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Lançamento de segundo número do Sempre Livre |
Um grupo de jornalistas inconformados com o fechamento do DeMais, resolveu criar um outro jornal, com edição impressa em gráfica, em formato maior, fotografias e tudo que um jornal de verdade tinha inclusive distribuído em bancas, surgiu o “Sempre Livre”. Não havia um dono, editor ou responsável, apenas jornalistas e fotógrafos destemidos, se comprometia em municiar o jornal com textos e fotos, e tudo era compilado na sede da agência de publicidade Criação, de Delman Aquino, que era o designer, diagramador e cartunista do Jornal. O Jornalistas Edson Felloni, Cristóvam Aguiar, Assis Freitas, Jorge Magalhães, Geraldo Lima, Reginaldo Pereira e muitos outros que apoiavam a iniciativa.
Quando circulou a primeira edição, uma pergunta óbvia surgiu: Por que Sempre Livre? Simples. Uma mensagem de liberdade, de não aceitar imposições e valorizar a liberdade de expressão. E como o DeMais havia fechado para evitar “briga”, e havia (e ainda há) um absorvente feminino com este nome, a explicação veio da seguinte forma: “Sempre Livre chega em momento certo para tapar buraco e evitar derramamento de sangue”.
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Saça Tangerina |
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