terça-feira, 9 de março de 2021

Mortes por doenças cardiovasculares aumentam 132% no Brasil durante a pandemia

     

    Além dos óbitos causados diretamente pela doença, a Covid-19 também é apontada como responsável pelo aumento de mortes entre pessoas com doenças cardiovasculares. Segundo estudo de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Hospital Alberto Urquiza Wanderley e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), as mortes por doenças cardiovasculares não especificadas, infartos e AVCs (Acidentes Vasculares Cerebrais) chegaram a aumentar em 132% em Manaus, 126% em Belém, 87% em Fortaleza, 71% em Recife, 38% no Rio de Janeiro e 31% em São Paulo. A pesquisa comparou dados de 2019 e 2020. 

    Na Bahia, um levantamento realizado pela Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana, revelou que apenas 30 consultas cardiológicas foram realizadas entre março e abril de 2020. No mesmo período do ano de 2019, a quantidade alcançou o número de 379 consultas, portanto, uma redução de 90% nos atendimentos preventivos. O levantamento constatou ainda que a rotina dos atendimentos na unidade hospitalar teve redução de 84% na realização dos testes ergométricos e a procura por exames como Eletrocardiograma e Ecocardiograma diminuiu em 94% e 81%, respectivamente.
    A hipótese levantada por cientistas e médicos é que, por medo de se expor ao novo coronavírus, os pacientes que apresentam sintomas ou mesmo diagnósticos de doenças cardiovasculares não estejam buscando atendimento médico. Este comportamento causou a redução de 15% nas internações hospitalares e os procedimentos e cirurgias caíram 45% e 44%, respectivamente. Sem o acompanhamento adequado, esses pacientes evoluem para quadros mais graves e têm mais riscos de morte.  
    Para a cardiologista e professora da Rede UniFTC Lucélia Magalhães, os pacientes devem continuar buscando os serviços de saúde normalmente, seguindo as orientações para evitar a contaminação pela Covid-19, como usar máscaras e lavar as mãos corretamente. “As pessoas devem procurar os serviços de saúde, principalmente os pacientes que já são assistidos por obesidade, diabetes, hipertensão, gordura no sangue ou que já tiveram AVC. Estes pacientes devem continuar os atendimentos regularmente. Este cuidado é fundamental para diminuir as doenças do sistema cardiovascular e a mortalidade, inclusive”, explica a especialista.  
    Ainda de acordo com a cardiologista, é possível evitar complicações cardiovasculares com cuidados simples no dia a dia. “Primeiro é preciso ter muito cuidado com a alimentação. Procurar uma orientação adequada com uma nutricionista e buscar profissionais para pôr em prática as atividades físicas. Em casa, todos acabam comendo bastante e de forma irregular e, sem dúvida, ganhando peso”, informou. 
    Segundo o Ministério da Saúde, a prática de atividade física é considerada um serviço essencial para manutenção da saúde física e mental da população. A coordenadora do curso de Educação Física da Rede UniFTC, Marion Dias, destaca que a prática regular de exercícios está associada a uma melhora da função imunológica, otimizando as defesas do organismo perante agentes infecciosos. “Isso não quer dizer que uma pessoa fisicamente ativa esteja imune ao coronavírus, pois é um agente infeccioso novo”, disse a profissional de Educação Física.
    Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva, os exercícios ao ar livre são mais seguros, mas é importante seguir o protocolo de prevenção da Vigilância Sanitária. “Está comprovado que em locais abertos e ventilados, como praças e orlas, o risco de contaminação é pequeno. Se preferir ficar em casa, aderir às atividades domésticas através de vídeos de profissionais de Educação Física, disponibilizados pelas redes sociais, mas é essencial que a população fique atenta se a prática é feita por um profissional credenciado pelo Conselho Regional de Educação Física”, explicou Marion Dias.  

Da Assessoria de Imprensa – UniFTC.

 

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