Além dos óbitos causados diretamente pela doença, a Covid-19 também é
apontada como responsável pelo aumento de mortes entre pessoas com doenças
cardiovasculares. Segundo estudo de pesquisadores da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), do Hospital Alberto Urquiza Wanderley e da Sociedade Brasileira
de Cardiologia (SBC), as mortes por doenças cardiovasculares não especificadas,
infartos e AVCs (Acidentes Vasculares Cerebrais) chegaram a aumentar em 132% em
Manaus, 126% em Belém, 87% em Fortaleza, 71% em Recife, 38% no Rio de Janeiro e
31% em São Paulo. A pesquisa comparou dados de 2019 e 2020.
Na Bahia, um levantamento realizado pela Santa Casa de Misericórdia de
Feira de Santana, revelou que apenas 30 consultas cardiológicas foram
realizadas entre março e abril de 2020. No mesmo período do ano de
2019, a quantidade alcançou o número de 379 consultas, portanto, uma redução de
90% nos atendimentos preventivos. O levantamento constatou ainda que a rotina
dos atendimentos na unidade hospitalar teve redução de 84% na realização dos
testes ergométricos e a procura por exames como Eletrocardiograma e
Ecocardiograma diminuiu em 94% e 81%, respectivamente.
A hipótese levantada por cientistas e médicos é que, por medo de se
expor ao novo coronavírus, os pacientes que apresentam sintomas ou mesmo
diagnósticos de doenças cardiovasculares não estejam buscando atendimento
médico. Este comportamento causou a redução de 15% nas internações hospitalares
e os procedimentos e cirurgias caíram 45% e 44%, respectivamente. Sem o
acompanhamento adequado, esses pacientes evoluem para quadros mais graves e têm
mais riscos de morte.
Para a cardiologista e professora da Rede UniFTC Lucélia Magalhães, os
pacientes devem continuar buscando os serviços de saúde normalmente, seguindo
as orientações para evitar a contaminação pela Covid-19, como usar máscaras e
lavar as mãos corretamente. “As pessoas devem procurar os serviços de saúde,
principalmente os pacientes que já são assistidos por obesidade, diabetes,
hipertensão, gordura no sangue ou que já tiveram AVC. Estes pacientes devem
continuar os atendimentos regularmente. Este cuidado é fundamental para diminuir
as doenças do sistema cardiovascular e a mortalidade, inclusive”, explica a
especialista.
Ainda de acordo com a cardiologista, é possível evitar complicações
cardiovasculares com cuidados simples no dia a dia. “Primeiro é preciso ter
muito cuidado com a alimentação. Procurar uma orientação adequada com uma
nutricionista e buscar profissionais para pôr em prática as atividades físicas.
Em casa, todos acabam comendo bastante e de forma irregular e, sem dúvida,
ganhando peso”, informou.
Segundo o Ministério da Saúde, a prática de atividade física é
considerada um serviço essencial para manutenção da saúde física e mental da
população. A coordenadora do curso de Educação
Física da Rede UniFTC, Marion Dias, destaca que a prática regular de exercícios
está associada a uma melhora da função imunológica, otimizando as defesas do
organismo perante agentes infecciosos. “Isso não quer dizer que uma pessoa
fisicamente ativa esteja imune ao coronavírus, pois é um agente infeccioso
novo”, disse a profissional de Educação Física.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de
Medicina Esportiva, os exercícios ao ar livre são mais seguros, mas é
importante seguir o protocolo de prevenção da Vigilância Sanitária. “Está
comprovado que em locais abertos e ventilados, como praças e orlas, o risco de
contaminação é pequeno. Se preferir ficar em casa, aderir às atividades
domésticas através de vídeos de profissionais de Educação Física,
disponibilizados pelas redes sociais, mas é essencial que a população fique
atenta se a prática é feita por um profissional credenciado pelo Conselho
Regional de Educação Física”, explicou Marion Dias.
Da Assessoria de Imprensa – UniFTC.
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