quarta-feira, 22 de junho de 2022

Educação moderna

        

Eu achava que fui privilegiado porque fui alfabetizado em casa. Quando cheguei à escola primaria já lia e escrevia. Mais tarde descobri que essa era uma prática comum antigamente, as mães alfabetizarem seus filhos. Minha mulher Maura Sérgia, por exemplo, nasceu numa fazenda no interior de Riachão do Jacuípe, onde nem havia escola. O seu Pai, Geraldo Carneiro, utilizou uma sala da sua residência para colocar uma professora a fim de que suas filhas, após alfabetizadas, pudessem continuar os estudos. Depois ele construiu um salão para que não apenas suas filhas, mas também as crianças da vizinhança do hoje povoado de Terra Branca, pudessem estudar. E os pais dessas crianças contribuíam para pagar a professora. Descobri também que essa era uma prática comum entre os grandes proprietários rurais, em várias regiões do Brasil, construía escolas em suas terras e contratavam professores para ensinar os filhos dos seus funcionários.

         Mas o progresso levou governantes a construírem escolas até mesmo nas menores cidades pelo Brasil afora e as mães começaram a ser substituídas por professores na alfabetização dos filhos. Contudo, as professoras e professores de então realmente atuavam como substitutos dos pais também na formação moral das crianças, e quando alguém saia da linha os pais eram chamados à responsabilidade e aqueles projetos de delinquentes morriam no nascedouro. Caso contrário, acabavam expulsos da escola e a vergonha recaia sobre os pais. Infelizmente a política invadiu as escolas e tudo começou a mudar. As primeiras vítimas foram as crianças das localidades mais remotas porque nenhum benemérito daqueles que construíam e sustentavam escolas se mostram mais dispostos a criar cobras para lhes morderem, e fecharam as escolas que sustentavam.

         O tempo foi passando e os estudante se tornavam a cada dia mais desrespeitosos entre si mesmos, para com os professores e até com autoridades. Começou uma era de rebeldia sem causa, onde parecia imperar uma onda de anarquia e desrespeito geral para com tudo e com todos, e sem punições. A escola pública que era de excelência, perdeu seu status diante dos baixos salários pagos, atrasos de meses no pagamento e a expansão das escolas particulares do tipo “papai pagou filhinho passou”. Chegamos ao absurdo de professores serem advertidos pelos diretores porque haviam maltratado um “cliente”, outrora chamado estudante. No ensino público o aluno só entraria em sala de aula se quisesse, podendo permanecer nos corredores e áreas livres, promovendo barulho, desordem e usando drogas sem serem admoestados. A merenda escolar, que deveria ser parte da alimentação fornecida em escolas de tampo integral, se tornou no único objetivo para crianças pobres frequentarem as escolas, pois não tinham comida em suas casas.

Esse é o atual quadro do ensino no Brasil, agravado por doutrinação ideológica que subverte a história do País, a moral e os bons costumes. A boa e velha educação caseira deixou de existir e as mães modernosas passaram a entregas seus filhos para a televisão, uma babá eletrônica que mais deseduca que educa. Mas ainda poderia piorar, e piorou, com o surgimento da Internet, dos celulares e das redes sociais. Veio a pandemia e com ela uma sensação de fim de mundo. Mas, como dizem, Deus escreve certo por linhas tortas. Muito pais começaram eles mesmos a alfabetizar seus filhos e ministrar princípios de moral e bons costumes, com bons resultados. De forma tal que não querem mais enviar seus filhos para as escolas e querem o direito de continuar eles mesmos a lhes dar a educação básica, só os enviando a escola quando tiverem preparados para entender e separar o que é certo do que é errado, deixando assim de ser vítimas de pervertidos doutrinadores.

Meus filhos já são adultos, mas os filhos deles não podem e nem devem ser submetidos a esse “ensino” que existe hoje em dia e já ir para os ensinos mais avançados já devidamente preparados pelos seus pais para tomar suas próprias decisões. Assim, quando algum mal intencionado quiser lhes direcionar por algum caminho perigoso, eles possam dizer como os jovens da nossa geração diziam: Não! Obrigado, mas eu tive “berço”. 

 

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