Um grupo de
pesquisadores desenvolveu um mecanismo que pode permitir o
compartilhamento de ventiladores respiratórios. São quatro brasileiros e
dois holandeses que apresentaram o projeto em resposta a um desafio
proposto pela escola de medicina norte-americana Johns Hopkins
University.
O mecanismo começa com um aplicativo que
monitora os pacientes internados com coronavírus. O programa busca
identificar pacientes que possam, em caso de necessidade, dividir um
mesmo aparelho respiratório.
O bioengenheiro Alessandro M. Hakme da
Silva, um dos idealizadores do projeto, disse que é importante que as
pessoas tenham semelhanças de peso, altura e capacidade pulmonar.
A ideia parte de experimentos que já foram
feitos para compartilhamento de equipamentos de respiração artificial em
situações críticas. “Eles pegaram pacientes que tinham mais ou menos o
mesmo peso, a mesma altura, a mesma capacidade pulmonar, a mesma
frequência respiratória, e colocaram esses pacientes para compartilhar o
mesmo ventilador. E eles foram mantidos vivos por até 3 horas”,
explicou Silva.
O trabalho busca melhorar a eficiência dessa
possibilidade ao adicionar uma válvula que controla o fluxo de ar para
os pacientes. “Para fazer a combinação correta de fluxo de ar para que
ambos pacientes pudessem ser tratados no ventilador”, enfatiza o
bioengenheiro.
O projeto foi desenvolvido justamente a
partir dos problemas apontados nas pequisas que analisaram o uso dos
respiradores por mais de uma pessoa. “Pegamos todas as recomendações e
incorporamos isso”, acrescentou Silva.
Busca por recursos
Os pesquisadores buscam, agora, recursos
para fazer todos os testes necessários para que o protótipo possa ser
aprovado para uso clínico. “Algumas empresas já entraram em contato
conosco”, disse o pesquisador, que pretende buscar também financiamento
de instituições públicas. A estimativa é que cada válvula custe cerca de
US$ 150.
Além de Silva, fazem parte do grupo os
pesquisadores Beatriz Gandolfi, Emílio Belmonte, Gian Caselato, Marjn
Hiep e Friso Schoffelen. O grupo teve mentoria de Dennis McWilliams,
Namratha Potharaj e Matthew Petney dentro do programa de inovação médica
B.E.S.T Innovation Course promovido pelo do IRCAD América Latina, com
sede em Barretos, no interior paulista. (Agência Brasil)
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