Naquele tempo (não
tem nada a ver com a Bíblia), era baitola mesmo quem não fosse chegado a mulher
lá no Ceará. Severino era um rapaz até bonito e trabalhador, mas nunca fora
visto com uma mulher. Os amigos, desconfiados, resolveram fazer um teste.
Geraldo, que era metido a artista de teatro amador alencarino tomou a frente.
Em casa
“sequestrou” um vestido da irmã Conceição, maquiou-se todo e foi para a rua
próxima da pracinha, de péssima iluminação, onde Severino passava todas às
noites. Bom intérprete, pelo menos assim se achava, Geraldo conseguiu atrair a
atenção do inexperiente amigo. Mas, aconteceu o que não era esperado, nem
estava programado, “juntando a fome com a vontade de comer” como se diz na
terra de Padre Cícero, Severino partiu para o ataque.
Sem conversa foi
logo pegando o “ator” e dando um arrocho de quebrar a mola, enfiou o cipó
nas pernas do amigo, que se vendo perdido, arrancou o vestido e gritou “sou eu
Severo, é Geraldo, é só uma brincadeira!”. E Severo de madeira empinada
”brincadeira um ova seu baitola, você começou agora vai ter que aguentar”. Foi
preciso a turma, que a tudo acompanhava atrás de arvores, entrasse em ação para
evitar a consumação do fato.
Verdade é que tudo
foi esclarecido. Severino passou a
desfrutar da confiança dos amigos enquanto Geraldo até hoje não se conforma da
cipoada levada de Severo mas, vaidosamente afirma: “Mostrei que sou um artista de primeira!”
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