No próximo dia 18
Feira de Santana completará 187 anos, desde a sua emancipação política. A partir
de hoje até lá, e talvez até o final do mês, estaremos publicando aqui antigos
registros históricos da cidade, bem como estórias e causos que as pessoas que nela
vivem e trabalham, contam do seu cotidiano. É a nossa forma singela de
homenagear a nossa querida cidade. Começamos com estes registros históricos
retirados do livro “Feira de Santana”, de Rollie E Poppino, e também de depoimentos
e anotações de pessoas como a professora e escritora Lélia Vitor.
Não há registro da
história de Feira há mais de 60 anos

É apenas graças ao trabalho de Poppino,
que está registrada em livro a história da cidade desde as suas origens, na
fazenda Santana dos Olhos D’água, do casal português Domingos Barbosa de Araújo
e Ana Brandoa, até sua emancipação política, desmembrado do município de
Cachoeira e instalação da Primeira Câmara Municipal (que acumulava os poderes Legislativo
e Executivo). E a história só é contada até o ano de 1950. Aliás, é também
graças ao trabalho de Poppino, que se descobriu que a emancipação política da cidade
estava sendo comemorada na data errada e não em 18 de setembro, um erro
histórico de dia, mês e ano.
A professora Lélia Vitor Fernandes, autora
de diversos livros, inclusive de biografias, já tendo biografado mais de mil
personalidades feirenses, de autoridades, artistas e até figuras populares,
fala sobre este lapso de memória da cidade que já dura mais de 60 anos.
. “Temos pessoas que, baseadas no livro de
Poppino e nas pesquisas de Monsenhor Renato Galvão, republicaram a história.
Temos o livro ‘O Município de Feira de Santana, das origens à instalação’, de
autoria de Pedro Tomás Pedreira, publicado em 1983. Conta a origem do Município
até 1833, quando foi desmembrado de Cachoeira e instalada a primeira Câmara
Municipal”,
“Nós passamos décadas comemorando a
emancipação política da cidade como sendo de 16 de junho de 1873, que foi a
data em que Feira deixou de ser vila e foi elevada à condição de cidade. O erro
histórico foi descoberto por Monsenhor Renato Galvão, nos anos 80, mas só em 2002
foi que a Câmara Municipal oficializou 18 de setembro de 1833 como a data de
emancipação política de Feira de Santana. A data, entretanto, não consta do
calendário oficial de feriados municipais e o “Dia da Cidade” é comemorado no
dia 26 de julho, Dia da Padroeira, Senhora Santana, que é feriado municipal”.
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Professora Lélia Vitor Fernandes |
Segundo a professora Lélia, “os
professores Helena Conserva e Joaquim Gouveia escreveram um livro, com uma
edição muito limitada, voltada para o ensino fundamental, que foi adotado por
algumas escolas particulares. Tem também quatro livros da professora Laura
Ribeiro Lopes, que foi a primeira geógrafa da cidade, que são trabalhos
didáticos versando sobre a Geografia e História do Município. Mas estes são
relíquias, difíceis de encontrar. Algumas escolas também publicaram livretos
sobre a História e Geografia de Feira de Santana, mas voltados mais para o
consumo dos seus professores e alunos”.
Pesquisar e elaborar um livro sobre a
história recente de Feira de Santana é um trabalho que pode ser feito, pois a
cidade conta com muitos professores historiadores, inclusive na própria
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Mas o problema está em
publicar este livro, porque os custos são altos e não há patrocinadores.
Somente em termos gráficos, um livro de cerca de 200 páginas, para uma limitada
tiragem de mil exemplares, custa em média R$ 9 mil. E ainda resta pagar pelo
trabalho do pesquisador, que investe tempo, dinheiro e, principalmente,
conhecimento para a realização de tal obra. Ninguém em sã consciência vai
realizar um trabalho destes esperando recuperar o investimento e ainda ganhar
algum dinheiro com a venda de exemplares. O patrocínio é fundamental, venha ele
de onde vier.
De toda sorte, aqui e
ali alguns livros vão sendo publicados graças à abnegação de alguns poucos
amantes da história da cidade e ao interesse de algumas instituições, abordando
aspectos diversos da vida do Município. A professora Lélia relaciona alguns: “Conhecendo
Feira”, publicado pela Universidade Aberta à Terceira Idade (UATI), “Perfil
Empresarial”, publicado pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), “31 anos de
Micareta”, (Helder Alencar), “Dimensão História da Visita do Imperador a Feira
de Santana” (Godofredo Filho), “Pequena História de Feira de Santana” (Raimundo
Pinto), “Feira de Santana e Rui Barbosa” e Feira de Santana em Postais”
(Raimundo Gama), “A Feira do Século XX” (Antônio –Moreira – do Lajedinho),
“Retalhos da Minha Cidade (Oydema Ferreira) e “Fidalgos e Vaqueiros” (Eurico
Alves)
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