64% dos médicos brasileiros acham que população não está preparada para lidar com pandemia, diz pesquisa
A população brasileira não está
preparada para lidar com a pandemia, segundo a avaliação de 64% de
médicos brasileiros que participaram de levantamento da empresa de
pesquisa Ipsos.
A Ipsos apontou que "a percepção dos especialistas
com relação à conscientização e engajamento populacional no atual
cenário está mais negativa, à medida que os casos confirmados de
pacientes potencialmente infectados aumentam no país".
O
levantamento foi feito de 31 de março a 3 de abril, com 1.580
profissionais da medicina de quatro países: Brasil, Argentina, Colômbia e
México. Foram entrevistados médicos de diversas especialidades, segundo
a empresa: infectologistas, pneumologistas, cardiologistas,
ginecologistas, oncologistas, neurologistas, entre outros.
Houve
um aumento na proporção de profissionais brasileiros que avaliam que a
população não está preparada para o surto de coronavírus. Em
levantamento realizado de 21 a 23 de março, o índice era de 56%. A Ipsos
classificou o aumento como "significativo".
Em outros
dois países pesquisados houve aumento da percepção dos médicos de que a
população não está preparada: no México, subiu de 81% para 86%. Na
Colômbia, foi de 87% para 89%.
Em
sentido contrário, o dado para a Argentina diminuiu. Ou seja, mais
médicos passaram a avaliar que a população está preparada. Antes, 73%
dos profissionais entrevistados acreditavam que os argentinos não
estavam preparados para a situação. Agora, são 59%.
Retomada
No
mesmo levantamento, 66% dos médicos brasileiros participantes disseram
acreditar que voltaremos à normalidade após 60 dias. No México e na
Argentina, esse índice é de 58%. Na Colômbia, é de 76%.
Segundo a
Ipsos, a previsão geral sobre o retorno à normalidade permanece sendo de
2 a 3 meses, com possibilidade de prorrogação.
Em relação à
estrutura e apoio do governo, 80% dos médicos brasileiros participantes
responderam que recebem guias de diagnóstico. Na Argentina, são 89% e na
Colômbia, foi registrado o índice mais alto: 92%. Já no México, a taxa
ficou em 72%.
76% dos médicos brasileiros participantes avaliam
que a infraestrutura hospitalar do país não está preparada para a
pandemia. Esse índice é maior que os 70% registrados na Argentina, e
inferior aos 82% registrados na Colômbia e aos 88% no México.
Em reportagem publicada em março, a BBC News Brasil trouxe relatos de médicos na linha de frente do atendimento ao coronavírus no país.
Eles têm enfrentado desafios e momentos dramáticos no atendimento e
tratamento de pacientes, como falta de equipamentos e demora por exames. (BBC News Brasil)
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