sábado, 5 de setembro de 2020

A terra arrasada de Augusto Aras

A Lava-Jato, a maior operação de combate a corrupção do mundo, mexeu no mecanismo de exploração corrupta do Estado e na leniência que permitia a impunidade grandes criminosos, grandes ladrões de verbas públicas. Os inimigos reagiram, começaram a enfraquecer a operação maximizando e explorando os mínimos equívocos, insignificantes em uma operação desse porte, para reduzir seu raio de ação.

Com a chegada ao poder do truculento Augusto Aras, escolhido por Bolsonaro fora da lista tríplice do MP- o que já sinalizava que tinha prestígio limitado entre seus pares- a Lava-Jato foi posta nas cordas. Começou com a tentativa de coletar os dados da operação- felizmente barrado pelo STF-, acusações sem provas, bate-boca em reunião no Conselho do MP, e culminou, essa semana, com o afastamento de Deltan Dallagnol, Coordenador da Lava-Jato, em Curitiba, e figura mais conhecida.
A saída de  Deltan foi acompanhada do pedido de afastamento de 8 procuradores da Lava-Jato, de SP, e do único procurador exclusivo da Operação Greenfeld. A debandada expõe um MP em guerra. 
A destruição da lava-Jato é conduzida sob os aplausos das facções criminosas, eleitas ou não, o beneplácito de Toffoli, o silêncio obsequioso da família Bolsonaro, e a aprovação cúmplice do Congresso, onde se reúne os maiores interessados, inclusive o Centrão, novo braço de apoio ao governo federal. 
Augusto Aras já disse que "o lavajatismo há de ser superado pelo natural, bom e antigo enfrentamento à corrupção”, exatamente aquele que gerou 500 anos de impunidade.
A terra arrasada e a vitória dos criminosos será o legado do PGR.

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