Prosseguindo
com nossa série de publicações comemorativas do Aniversário de Feira de
Santana, que ocorre no próximo dia 18, hoje falamos sobre a comunicação em
nossa cidade.
Jornalismo feirense em festa no mês de setembro
A
Rádio Sociedade News comemorou nesta segunda-feira (7) 72 anos da sua fundação.
Foi a primeira rádio fundada no interior do Brasil. No próximo dia 17, o Jornal
Folha do Norte completa 111 anos de circulação. No mês passado, a Rádio
Princesa FM, a primeira rádio FM da cidade e a segunda a ser fundada no
interior do Brasil, completou 42 anos. Se ainda estivesse em Circulação, o
Jornal Feira Hoje faria aniversário no dia 5 de setembro.
Vale essa menção ao Feira
Hoje, porque ele marca um divisor de águas no jornalismo feirense. Pode-se
dizer que há dois períodos distintos na nossa Imprensa: Antes e Depois do FH.
O
Jornal Feira Hoje foi fundado, no início dos anos 70, pelo Professor Raimundo
Gama, que teve como sócios o comerciante Dímpino Carvalho, Raymundo Pinto, Luiz Almeida e o jornalista José Carlos Teixeira. O Editor era o
jornalista Egberto Costa. Sua circulação era semanal, e além das notícias do
dia a dia da cidade, tinha também uma coluna de política, o “Etc & Tal”,
por Helder Alencar, a coluna com as crônicas de “Saulo Daqui”, pseudônimo do
médico Carlos Kruschevsky, além de páginas sociais e esportivas.
O jornal tinha
uma impressora plana que imprimia folhas grandes de papel jornal, frente e
verso, perfazendo assim quatro páginas, quando eram dobradas ao meio. A
impressora era municiada com uma placa de tipos móveis, confeccionado em chumbo
por uma enorme máquina chamada de “(linotipo”,
e eram dispostos por um profissional chamado de Tipógrafo. Como o processo era
lento, e as fotografias tinham que ir para Salvador, onde seriam passadas para
chapas de metal e afixada em madeira, formando o que era chamado de “clichê”, enviadas
de volta no mesmo dia para entrar nas
composições das páginas, o jornal ia sendo impresso diariamente até ficar pronto
na noite de sexta-feira para circular no sábado.
Quando
os empresários Carlos Falcão, Alfredo Falcão e José Olympio Mascarenhas
compraram parte do jornal, uma sede moderna foi construída no bairro Muchila, e
o jornal passaria a ser diário. Toda uma estrutura de equipamentos foi montada para
confeccionar e imprimir o jornal em um dia para que circulasse no outro. Era
necessária também uma renovação. Atualização e aumento de funcionários sob o
Comando do experiente jornalista José Carlos Teixeira, um grupo de professores
se deslocou de Feira de Santana para preparar o novo corpo de jornalistas,
fotojornalistas, revisores e diagramadores do jornal.
Além
dos experientes Valter Vieira, Jair Cesarinho, Itajaí Pedra Branca, Aristides Oliveira
e José Fernandes, e os fotógrafos Reginaldo Pereira e Rosa Maria, e o novato ACM,
o Jornal ganhou um grupo de jornalistas novatos, formados dentro da própria
empresa. Eram eles: Boaventura
Francisco, Rubens Pereyr, Cristóvam Aguiar, Jailton Batista, e pouco tempo
depois vieram se incorporar à trupe, Anchieta Nery, Moacir Freitas, Dimas
Oliveira, Maura Sérgia, Edson Felloni, Madalena Jesus. Muitos outros ainda
atuantes hoje em dia, passaram pelo jornal e cresceram dentro do jornalismo,
tornando-se secretários de governos, assessores políticos e empresariais, e
outros mais montaram projetos pessoais que foram bem sucedidos, como é o caso de
José Carlos Pedreira, o Zé Coió, que fundou o Jornal Noite & Dia, há cerca de
40 anos e ainda em circulação.
Mas,
muito mais profissionais eram necessários para se fazer um jornal. Além de
repórteres e fotógrafos, eram necessários revisores, diagramadores, compositores,
para montar as páginas para a impressão, impressores, e todo sistema de entrega
para assinantes e distribuição em bancas. Eram mais de cem pessoas para
preparar, imprimir e circular cada edição. Na nova sede o jornal continuou com o antigo sistema de impressão. Mas, logo
foi adquirida uma impressora do sistema Off Set, que consistia em gravar as
páginas em uma placa de metal, através de um sistema chamado Fotolito, e estas
placas eram fixadas no rolo impressor da máquina, aumentando muito a velocidade
da impressão. Também foram adquiridas máquinas elétricas para a composição das
páginas, aposentando-se de vez o Linotipo. Geraldo Lima, que era compositor,
passou a integrar o corpo de revisores, depois de redatores, do jornal.
Hoje, uma pessoa
hábil e com fornecedores de fotografias e notícias, pode sentar-se à frente de
um computador, montar todo ele sozinha, e nem precisa ir levar na gráfica, pois
basta mandar o jornal já diagramado por e-mail ou WhatsApp que a gráfica recebe
imprime e manda entregar o jornal pronto na casa do dono. Mas até isso está
acabando, porque quase já não existem jornais impressos. Quase todos hoje em dia
são digitais e estão online em várias plataformas acessíveis pela internet.
Voltaremos
a falar sobre este assunto, que além de outros jornais ainda tem Revistas, as
Rádios e a TV Subaé. Sem esquecer dos alternativos Demais e Sempre Livre.
2 comentários:
Na sua criação, em 1970, eram cinco os sócios do Feira Hoje, além dos citados Raimundo Gama e Dimpino Carvalho: Raymundo Pinto, Luiz Almeida e José Carlos Teixeira.
Muito obrigada mestre Teixeira pela informação, correção devidamente feita na matéria!
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