Falsos mendigos
Um amigo
me disse há décadas: “Não dou dinheiro a
ninguém. Pra ter o meu dinheiro a pessoa tem que fazer algo para merecer”.
Ainda adolescente e cheio de altruísmos próprios da idade, eu achei aquilo
mesquinho, absurdo. Mas logo a vida me mostrou como ele estava certo e eu
errado. Não sou tão radical. Se identifico uma real necessidade, não poupo
esforços para auxiliar a quem necessita. Mas, pedintes de um modo geral, não
dou dinheiro. Tá com fome? Pede uma
comida aí que eu pago. Precisa comprar remédio? Me dê a receita que vou
providenciar. Quer tomar uma? Pede aí que eu pago. Mas, dinheiro, eu não dou.
E, acima de tudo, não dou comida na porta da minha casa. Porque logo vai faltar
pra mim e pra minha família, tamanha a concentração de pedintes. Vi,
numa instituição que serve almoço e janta (entre outros auxílios) para
moradores de rua, comerciantes ambulantes entrando na fila para não pagar um PF.
Maura conta, rindo, que numa noite em um bar da cidade, eu deixei que
engraxassem meus sapatos cinco vezes. Mas, dinheiro gratuito eu não dei. Faça
por merecer. Outra coisa que ela conta aos meus amigos, é sobre um casal de
hippies que me pediu comida no mercado de Arte Popular aqui em Feira de
Santana, no Box de Zeca de Yemanjá. Eu disse a Zeca que podia servir ao casal. Eles
comeram, me agradeceram e foram embora. Quando veio a minha conta, o “rango” do
casal foi mais caro que a nossa conta de bebidas e tira-gostos (com mentiras e
tudo). Mas, foi alta. O menino na barriga estava faminto, coitado. Uma
reportagem feita por um canal de TV confirma o quanto eu estou certo em seguir
a lição aprendida com aquele amigo há tantos anos.
Vejam a seguir:
Vejam a seguir:
Terremoto
Sempre
se disse que no Brasil não tem terremoto. Mas é porque aqui nunca houve um
grande abalo sísmico digno de registro. Mas cientistas revelam que tremores são
registrados diariamente, mas são tão pequenos que passam desapercebidos. Desde
que me lembro das coisas, nesses meus mais de 60 anos, li ou ouvi falar de um
tremor de terra no Ceará, e mais recentemente , aqui na Bahia, em Caetité. Esse
tremor que aconteceu agora, de 4,6 graus, já chegou a causar danos materiais,
mas sem vítimas. Era de se esperar. Além das placas tectônicas estarem em
constante movimento, há muita interferência humana, como extração de gás e
petróleo, e a extração de água e minerais do subsolo, deixando imensos buracos
vazios. É previsível que as camadas de terra irão se acomodar e isso afetará a
superfície. Além disso, falando como leigo, eu acredito que os eventos que
fizeram a terra inclinar dois ou três graus do seu eixo (como o tsunami do
Japão), isso poderá acarretar acomodações das placas tectônicas e causar tanto terremotos
como maremotos e erupções vulcânicas. Mas, o curioso é como a patuleia encara
estes fatos. Perece até causar euforia e alegria, como se tivéssemos entrado
para o seleto clube de países sujeitos a estes desastres naturais. Eu, hem?
Racismo
É falso
dizer que no Brasil não existe racismo. Existe sim. Sempre existiu e creio que,
infelizmente ainda existirá por muito tempo. Engana-se também quem pensa que
ele parte apenas de branco em relação a negros, porque a recíproca também é
verdadeira. Eu mesmo já fui vítima de racismo por parte de negros. Mas prefiro
crer que tudo isso fica na conta da ignorância e mau humor predominante na
maioria das pessoas atualmente. Tudo é motivo para agressões preconceituosas
com base na cor da pele. São notórias as cores “Branquelo” e “Preto filho da
Puta”. A raiz de tudo está, além do período escravocrata, e culmina na condição
social. Aí o negro rico, vira “doutor” e o branco pobre vira “pé rapado” ou “Zé
ninguém”. Eu sempre conto a estória que me aconteceu e que resolveu esse
problema pra mim. É que eu fui cantar uma menina na escola e ela me repeliu
agressiva: “Sai daqui seu amarelo empapuçado”. Pronto. Dali em diante minha cor
passou a ser “Amarelo Empapuçado”, que eu não quero briga com ninguém. Eu faço
graça com essas coisas, mas na verdade é tudo muito triste. Peço a Deus que nos
inspire e nos torne sempre mais unidos, solidários e humanos.
Semana da Pátria
Graças a
Deus eu fui educado pela minha família e frequentei boas escolas públicas, onde
aprendíamos coisas como direitos e deveres, respeitar pai e mãe, respeitar os
mais velhos, não pegar o que não era nosso, amar a Deus, a Pátria e ao próximo.
Ensinamentos básicos para nos tornarmos homens e mulheres honrados e
respeitado. Infelizmente, as pessoas que deveriam dar o exemplo, que é a melhor
maneira de demonstrar o valor da educação, não o fizeram, e assim os valores
que aprendemos na infância e juventude, foram ficando em segundo plano. Mas, como
quem tem caráter dificilmente muda de opinião sobre certos conceitos e valores,
eu não mudei. Por isso estranho quando chega a “Semana da Pátria”, evento que é
festejado com galhardia e ufanismo em qualquer país civilizado, perde
importância quando seu povo perde civilidade e civismo. Então eu estranho
quando se aproxima o 7 de setembro, e eu não vejo quase ninguém falando sobre as
comemorações da nossa data magna, o Dia da Independência do Brasil. Este ano há
a desculpa da Pandemia, mas a data vem perdendo importância ano após ano. Nem
mesmo nas escolas, percebemos a animação que era tão natural nos estudantes, em
participar dos desfiles, interpretar personagens da nossa história ou tocar
algum instrumento numa Banda Marcial. Triste do povo que não ama o seu país, a
sua pátria. Vira presa fácil para todo tipo de aventureiro disposto a conquistá-lo.
E um povo conquistado perde tudo. Pátria, família, posses e, principalmente a
sua honra. E se não morre na luta, viverá como escravo, sem coragem de olhar
nos olhos de ninguém, sempre chorando e olhando para o chão.
Bandeira
Castro
Alves disse: “Auriverde pendão da minha terra. Antes ver-te rota num campo de
batalha, que servindo a um povo de mortalha”.
comemore você também o seu Dia da Pátria.
Dica musical
A
minha dica musical hoje é, como não poderia deixar de ser, Manhãs de Setembro,
com Vanusa (que voz!). Além de bonita, a
letra traz imagens, no mínimo, curiosas, tais como: Fui eu quem se fechou no
muro e.... se guardou lá fora? Como
assim? Quem se guarda, se guarda do lado de dentro. Mas aí é que está a
genialidade da coisa. Bota a gente pra pensar. Pensado bem, hoje os bandidos
estão bem “presos” lá fora, e nós, soltos (?) dentro de casa. Ou então: “Fui eu
quem conseguiu ficar e ir embora. Como assim? Ou se fica ou se vai. Mas eu
conheço muita gente que foi embora, mas não foi. Ou ficou no coração de alguém,
ou então não foi de verdade (!!!???). Pense! A pessoa também não viu o sol nem
as lindas flores das manhãs de setembro. Mas, ainda assim, ela quer sair,
falar, ensinar as pessoas a cantar. Quanto altruísmo, quanta solidariedade,
quanto amor ao próximo. Para a maioria das pessoas é difícil e cansativo pensar
no viu, ouviu, sentiu. Para elas dá muito “trabalho”. Mas eu faço parte da
minoria que adora trabalhar para poder gozar melhor de tudo que a vida nos
oferece. Ouçam:
Philosopher
“Em lugar de vos queixardes por Deus se ter ocultado,
rendei-lhe graças pelo fato de se haver manifestado tanto.”(Blaise Pascal).
O Arcebispo Emérito de
Feira de Santana, D. Itamar Vian, em artigo publicado na imprensa esta semana
(inclusive no blog Sempre Livre), questiona sobre o que aprendemos com esta
Pandemia. Segundo ele, três lições estão Claras: A fragilidade da vida; A nossa
igualdade em relação ao nosso próximo; A solidariedade que nos é inata. O desafio,
segundo ele, agora é descobrirmos o que Deus quer de nós com esta pandemia.
Para descobrir a vontade de Deus são necessários o discernimento, a paciência,
a leitura da Palavra de Deus e a oração. Reflitamos sobre isso.
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Por hoje é só que agora eu vou ali comemorar
a minha Semana da Pátria, ainda que só e em casa. E enquanto posso.
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