quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Aniversário da Princesa

       Prosseguindo com nossa série de publicações comemorativas do Aniversário de Feira de Santana, que ocorrerá no próximo dia 18, hoje falamos da Micareta. A mais tradicional Festa Popular Pagã de Feira de Santana. 
A Micareta de Feira é um carnaval fora de época realizado na cidade durante quatro dias do mês de abril. Considerado o primeiro evento do gênero, a micareta atrai milhares de foliões de várias partes do país. A primeira Micareta da “Princesa do Sertão” aconteceu em março de 1937. Manuel da Costa Ferreira, o Maneca Ferreira, era criador dos carros alegóricos e ficou inconformado com o cancelamento do Carnaval, em razão das chuvas na cidade, resolvendo então propor a mudança da data da festa, o que foi plenamente aceito. Os carros alegóricos tinham uma participação marcante, na mesma proporção dos trios elétricos das micaretas a partir da década de 50. O nome Micareta é uma variação da Micareme, uma festa popular da França

            Inicialmente a festa acontecia na Rua Direita (hoje Conselheiro Franco), prolongava-se pela rua Tertuliano Carneiro indo até a praça Fróes da Mota, passando antes pelas praças da Bandeira e J Pedreira. Mais tarde o sítio mudou para a Avenida Getúlio Vargas e, depois, para a Avenida Presidente Dutra, onde acontece atualmente. A escolha da Rainha e das Princesas da festa se dá através de um animado concurso. O rei Momo, a princípio, era o do carnaval de Salvador. Somente em 1975 aconteceu o primeiro concurso para eleger um feirense, Hilquias Carvalho, para reinar durante a folia.
A Micareta na rua era animada por grupos folclóricos e bandinhas como Filhos do Sol, As Melindrosas, Zé Pereira, Cruz Vermelha, Flor do Carnaval, entre outros. Havia também os foliões que desfilavam sozinhos, com suas fantasias ou mascarados. Aconteciam ainda os bailes nos tradicionais clubes da cidade e nas sedes das filarmônicas. Em 1954, a Micareta de Feira de Santana passou por uma revolução: houve a primeira participação de um trio elétrico, o Patury, criado por Péricles Soledade em parceria com José Urbano Cerqueira, um fabricante de instrumentos da época, com a participação também do industrial Joaquim Bacelar, fabricante da aguardente de cana Patury.
Ao longo desses 83 anos, a Micareta de Feira de Santana só não aconteceu em três ocasiões: a primeira durante a Segunda Guerra Mundial, da qual alguns soldados feirenses também participaram, outra em 1964, em razão do Golpe de Estado. E este ano de 2020 por conta da Pandemia do Coronavírus. (Com informações do site Micareta)

Bloco Tracajá. Irreverência, cultura e protesto na avenida
 
O bloco Tracajá, fundado há quase 20 anos pelo fotojornalista Reginaldo (Tracajá) Pereira, é um dos que levam irreverência, cultura, protesto e cidadania para a avenida durante a Micareta de Feira, arrastando multidões pela passarela Maneca Ferreira. Reginaldo Pereira salienta que a agremiação vai muito além de um bloco de amigos. “Nós tivemos a ideia de trocar a camisa do bloco por fraldas geriátricas, que são entregues a instituições que cuidam de idosos, como uma forma de sermos solidários com quem precisa. Dessa forma, curtimos a folia e ajudamos a quem precisa”, explica. 

O bloco arrasta em média 600 foliões pela avenida e esse número só cresce a cada ano, contando com a animação da Sinfônica Tracajá, grupos de Samba de Roda e outras Bandas de Sopro. Artistas diversos executam suas performances durante o desfile e criativos foliões se caracterizam como personagens famosos, e outros ainda portam faixas e cartazes com protestos e piadas com políticos, principalmente, e outros famosos. Há um tema predominante há cada ano, como a falta de água nas secas do sertão ou a reforma da aposentadoria.


Um trenzinho alegórico também é atração no Bloco Tracajá, e serve também para conduzir crianças em segurança e para descanso de alguns foliões idosos ou com dificuldades de locomoção. O Bloco Tracajá atrai e arrasta crianças de 8 a 80 anos.  (Com informações de Tamires Ribeiro)


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