sexta-feira, 6 de março de 2015

Coluna

As palavras
         A cacofonia nos leva a falar coisas engraçadas. Mas a busca da objetividade para economizar palavras e, por consequência, tempo, também gera expressões interessantes. Isso ocorre muito na propaganda, onde tempo custa muito dinheiro. Certa vez ouvi Dilton Coutinho fazendo um testemunhal onde dizia: “... queijo tipo reino cuia...”. Comentei com ele, e logo ele mudou para “queijo cuia tipo reino”. Recentemente tenho ouvido um anuncio de uma agencia de viagens que oferece um pacote com pagamento parcelando em 12 vezes, “all inclused”, inclusive, diz o texto, “duas crianças grátis”. Claro que entendi que eles querem dizer que se eu comprar o pacote tenho direito a levar duas crianças comigo, sem pagar. Mas, como eu gosto de “trolar” as pessoas, se eu estivesse frente a frente com o vendedor e ele me dissesse que eu teria direito a duas crianças grátis, eu proporia trocar as crianças por duas garrafas de uísque. “Já tenho as crianças que quero”, acrescentaria.

Que cachorrada...
         Eu já contei da minha empregada que, referindo-se ao meu cão, sentenciou: “Ora, seu Cristóvam, ele é humano como o senhor”. Agora me aparece um repórter de rádio para dizer que a Polícia encontrou um canil clandestino onde os cães estavam “vivendo em condições subumanas”. Neste país onde galinha cisca pra frente e o errado é que está certo, vai ver, os cães pertencem mesmo à espécie humana, e não apenas figurativamente.

Agora, falando sério...
         Vamos ou não vamos por fim a essa cachorrada dos políticos?

Fim dos tempos
         Depois de ter ouvido políticos reclamando do alto custo das campanhas, eu acreditei que o atual ciclo havia terminado e uma nova ordem estaria se instalando. Qual o que? Ainda há muita água pra rolar antes do dilúvio final. Esta semana o deputado Targino Machado disse que “eleitores ladrões votam em políticos ladrões”. (vixe!) E arrematou: “Vocês votaram nele porque também receberam suas tetéias. Estão reclamando de que”? Sinais do fim dos tempos.

O legado da Copa
O UOL noticiou esta semana que a Justiça de São Paulo determinou o arresto das ações pertencentes à empreiteira OAS da Arena Fonte Nova Participações, empresa formada por OAS e Odebrecht que construiu, explora e administra o estádio erguido na capital baiana para receber os jogos da Copa do Mundo de 2014. A medida visa garantir o pagamento de uma dívida da OAS de R$ 51 milhões junto ao Banco Caixa Geral - Brasil S.A., ou BCBG. A empreiteira está em situação de inadimplência em relação a esta dívida. A Justiça de São Paulo entendeu que, de fato, a empresa está se livrando de parte de seus ativos, uma vez que atravessa momento de dificuldade financeira, já que é uma das empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato da Polícia Federal, e, por causa disso, tem sofrido com bloqueios de bens, perda de contratos e queda no valor de suas ações.

Jesus, acende a luz...
         A presidente esteve na cidade para entregar mais um empreendimento do programa “Minha casa, minha “Dilma”. Muita festa, muitas lagrimas forçadas, aplausos e discursos. Tudo como manda o figurino. Quando ela foi embora desligaram a energia, deixando apenas alguns eleitos iluminados e a maioria esmagadora literalmente no escuro. Quando ouvi o “chororô” no rádio só me veio à mente uns versos de uma música antiga: “... tudo era lindo quando ela estava aqui. Agora estou chorando e só vou parar se um dia ela voltar”.

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Por hoje é só que agora eu vou ali tentar descobrir se eu sou mesmo um “cachorrão”

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