A crise econômica no Brasil ainda
irá se agravar antes de melhorar e grande parte dos problemas foi criada
pelo próprio país, disse o jornal britânico Financial Times (FT) em editorial nesta segunda-feira.
O
jornal rebate o argumento da presidente Dilma Rousseff
responsabilizando a crise econômica internacional por dificuldade
econômicas do país: "O governo, que está no poder há 12 anos, tem
culpado fatores externos. Mas a bagunça foi, em grande parte, feita pelo
próprio Brasil".
"A crise no Brasil é ruim e provavelmente piorará antes de melhorar", disse.
O FT
compara o país a Chile, Colômbia e Peru, "economias mais orientadas ao
mercado" e que puderam tirar proveito do mesmo boom de commodities e
crédito como o Brasil nos anos 2000, "mas sem a mesma ressaca".
"Na
verdade, (o Brasil) estava montado nos esteroides do boom de crédito em
que colheu os benefícios da globalização sem qualquer de suas
disciplinas. Agora o processo está se revertendo", diz o editorial.
"Grande parte da culpa (pelos problemas) é do próprio Brasil".
O
texto cita a possibilidade da economia brasileira recuar neste e no
próximo ano, "o pior desempenho desde 1931"; a queda na popularidade de
Dilma, "a menor já registrada"; a desvalorização do real frente o dólar e
o aumento dos juros para conter a inflação.
Destaca, também, a
crise na Petrobras e os protestos recentes pelo país, incluindo o
aumento de pedidos pelo impeachment de Dilma, "mesmo que improvável".
"Mas nem
tudo é ruim para o Brasil", finaliza o texto, ao dizer que o país está
longe de retornar à hiperinflação e que as instituições, especialmente o
Judiciário, se mantêm fortes, citando o caso do Mensalão e as
investigações da Operação Lava Jato envolvendo a Petrobras.
O
editoral afirma que "as coisas poderiam ser piores" e usa o "clichê país
do futuro" para dizer que o Brasil ainda tem perspectivas promissoras. (BBCBrasil)
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