A Rádio Carioca,
com sua programação idêntica a da matriz, no Rio de Janeiro e outra similar em
Guarapari, no Espírito Santo, era líder de audiência da cidade. O diretor,
Sidney Miranda “Sid”, além da excelente equipe, tinha até mesmo uma cozinha bem
organizada sob a responsabilidade de D. Flora, uma senhora idosa, mas muito
ativa e agradável além de uma despensa bem surtida.
Sid, homem de confiança
do empresário Alceu Nunes Fonseca, resolvia questões das emissoras que faziam
parte da Organização N. Fonseca Radinterior, em número de 27, espalhadas pelo
país. Quando ele viajava dona Flora mantinha a cozinha em ordem, mas, à noite
alguns dos rapazes “atacavam” as provisões.
Em um dessas
viagens Sid permaneceu por mais de um mês fora da cidade e autorizou a dona Flora
a ficar em sua casa. Por conta dos “saqueadores” noturnos o estoque de frutas,
verduras, ovos, farinha, enlatados, pães, biscoitos, leite, manteiga foi a
zero, restando apenas feijão, arroz e sal. Mesmo assim numa dessas noites
Roberto Rubens chegando foi logo à cozinha e fez a sua “ronda” em vão. Logo
depois chegou o operador de áudio Reginaldo Cunha o “majó” que abriria a
emissora no dia seguinte.
“Vou à cozinha majó”, foi logo dizendo a
Edmilson, o operador da noite, que o advertiu. “Não perca tempo majó, Capitão
Gancho (Roberto) já esteve lá”. Momentos depois volta Reginaldo batendo na barriga
“Majó, fiz uma boquinha!” e Edmilson: “mas na cozinha não tem nada, majó” e ele
“tinha, majó, no fogão. Um pãozinho amarelinho, durinho, cheio de manteiga”. E Edmilson
assustado “não era manteiga não, majó, era veneno de rato!”.
Ao ouvir isso Reginaldo cai no sofá
“estou morrendo majó, morri” e ficou quieto. O locutor do horário (era eu
mesmo) correu como uma flecha até o Mambo Bar que já estava sendo fechado, pediu
leite ao proprietário, explicando rapidamente o ocorrido.
Uma vitamina que estava
sendo feita para um cliente retardatário foi cedida e o locutor como um raio, levou
o copo do liquidificador. De olhos fechados, parecendo realmente em “outro
mundo” Reginaldo foi erguido do sofá por
colegas, solveu o leite com as duas bananas, levantou-se, bateu na barriga, tranquilamente,
e sentenciou: “é majó, não consegui morrer não!”.
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