domingo, 6 de setembro de 2020

Ninguém dá vacina em ninguém, e viveremos para sempre em distanciamento

Infelizmente vai se estabelecendo no país um debate sobre a vacinação quando deveria ser consensual. A discussão teve início quando o Presidente Bolsonaro disse que ninguém poderia obrigar ninguém a tomar vacina, pois, não seria irresponsável de injetar uma vacina sem comprovação científica. 
Uma coisa é se uma vacina tem qualidade; outra coisa, é a obrigatoriedade de uma vacina. São duas discussões diferentes. Caso o presidente ache que uma vacina não tem comprovação científica, basta que a Anvisa não libere. Ou se a Anvisa liberar sem ter comprovação, o governo foi irresponsável. Ponto, fim.
Então, vamos a segunda discussão. Existindo uma vacina com comprovação científica de eficácia e segurança, aprovada pela Anvisa, mesmo assim o governo sugere desobedecer a obrigatoriedade ( a  lei 13979/20, a  Lei do Coronavírus, assinada  pelo governo permite que ele decrete a compulsoriedade) que nos permitiria atingir a famosa "imunidade de rebanho", e retomar plenamente as atividades? Definido que sim, pois, é democracia, segundo eu vi alguns dizendo, isso libera o direito de cada um fumar onde quiser, não usar cinto de segurança, dirigir bebendo, ou não?
 Não, não é questão de democracia, embora exista um bom debate universal sobre direito individual e coletivo ( saúde pública)  e os limites de ação do governo. Há questões que merecem a intervenção do Estado sobre o direito individual ou devemos optar pela anarquia completa?
Então, não vamos confundir a questão A com B. Havendo uma vacina que CUMPRA os rigores da ciência , nesse caso, o governo deveria decretá-la  compulsória. Se a vacina, como a da Russia, não tiver os protocolos de controle, como até o momento,  o governo deve não liberar. 
 O que o governo não deve é ficar fazendo sofisma com a informação, estimulando a anti-vacinação, que tem permitido o ressurgimento de doenças que já estavam extintas.

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