quarta-feira, 3 de agosto de 2022

A misteriosa civilização antiga que ainda fascina nos dias de hoje


Colunas coríntias, esculturas de deusas, construções ensolaradas pintadas de branco, gerânios plantados em latas de azeite de oliva e, claro, gatos se espreguiçando à nossa volta.

Se você está sonhando com tudo que é grego, não está sozinho. Estamos em meio a um renascimento helenístico — uma fascinação com a estética da Grécia Antiga, profundamente abraçada pela geração Z, como mostra a rede social Pinterest.

De acordo com a plataforma, houve um aumento na quantidade de buscas por expressões como joias da Grécia Antiga (até 120%) e papel de parede com visual de Afrodite (até 180%). E a busca por estátuas da arte grega triplicou.

Podemos especular sobre os motivos desta tendência, mas talvez haja um fundo de verdade na ideia de que a fantasia e opulência da Grécia Antiga são muito atraentes em uma era pós-lockdown — da mesma forma que o estilo New Look, do estilista Christian Dior, marcou o retorno à moda mais elegante depois das roupas austeras e práticas usadas na Segunda Guerra Mundial.

A estética da Grécia Antiga está em alta na decoração de interiores, na moda e na joalheria

Não é novidade que a influência e o impacto da Grécia Antiga estão presentes nos dias de hoje. A Enciclopédia Britânica define a expressão "Grécia Antiga" como a região do nordeste do Mediterrâneo, entre "o fim da civilização micênica (1200 a.C.) e a morte de Alexandre, o Grande (323 d.C.)".

A região era um dos lugares mais importantes do mundo na época. O povo de Hellas, como eram chamadas as terras dos helenos (as denominações "Grécia" e "gregos" foram criadas mais tarde, pelos romanos) era formado por grandes pensadores, escritores, guerreiros, atores, atletas, artistas e políticos.

Em seu livro de história The Greeks ("Os gregos", em tradução livre), o professor britânico Roderick Beaton escreve que as civilizações gregas foram "a origem de grande parte das artes, ciências, política e do direito que conhecemos hoje em todo o mundo desenvolvido".

Pense em Aristóteles e nos seus estudos das plantas, animais e rochas; em Heródoto ao descrever a história; ou em Sócrates e Platão, na filosofia. Os gregos foram pioneiros na democracia; na escrita, usando o alfabeto; nos Jogos Olímpicos; na geometria e nos cálculos matemáticos; nas inovações da saúde (o juramento de Hipócrates é o padrão da ética para os médicos até hoje); na arquitetura imponente, como o Partenon, o Templo de Zeus e a Acrópole; no teatro, com a comédia e a tragédia grega; e na linguagem — estima-se que 150 mil palavras derivadas do grego ainda estejam presentes na língua inglesa, por exemplo.

E ainda não chegamos sequer a falar em religião e em divindades. Considerando apenas seu valor como fantasia, o que poderia ser melhor do que a ideia de uma família com superpoderes — como Zeus, Hera, Afrodite, Atena, Apolo e Poseidon — morando em um palácio nas nuvens no alto do monte Olimpo, com cada um controlando um aspecto diferente da vida?

Para algumas pessoas, como o escritor Eric Weiner, autor do livro The Socrates Express ("O expresso de Sócrates", em tradução livre — um tratado sobre a filosofia e as viagens dos povos antigos), os antigos gregos têm muito a nos ensinar sobre valores hoje em dia.

Em um ensaio sobre como a tecnologia pode nos iludir, inspirado especificamente no noticiário de guerra, Weiner escreve: "Uma forma de construir um futuro mais brilhante é revisitar o passado. Particularmente, a Grécia Antiga."

Ele acrescenta: "Os gregos, por mais imperfeitos que fossem, veneravam a beleza, a justiça e a perfeição moral. Por isso, eles cultivavam esses valores. Nós veneramos a velocidade, a conectividade e a portabilidade, e é isso que nós recebemos."

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