segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Crônica de segunda

 

O Saco é do cacete

Em conversa de mesa de bar (tinha que ser num bar) com o meu amigo Ajurimar Simões (só podia ser Ajurimar) ele me falava da importância do saco escrotal no nosso dia a dia. Ele me falava da pouca atenção que dispensamos a essa parte fundamental do nosso corpo. E para provar o que afirmava, ele citou alguns exemplos. Mas antes, porém, é necessário fazer uma observação: O saco escrotal carrega as nossas “bolas”. Partindo desse princípio, vejamos como seria a nossa vida sem o saco:

Teríamos então que carregar nas mãos o seu conteúdo por onde quer que fossemos. Já imaginou as inconveniências e o constrangimento?  O sujeito chega no bar, com os bagos na mão, e os deposita sobre a mesa enquanto bebe e conversa com os amigos. Alguém então pede tira-gosto de ovos de codorna cozidos. Lá pras tantas, todo mundo já meio “triscado”, vai-se lá saber o que é de codorna ou o que não é?

No “baba” então, seria um perigo. Já é difícil dar uma carreirinha carregando um ovo na colher, imagine correr, dar carrinho, entrar na dividida e chutar em gol, com as duas bolas na mão?  Não dá. Como também não dá pra deixar na beira do campo. Um torcedor mais afoito vai comemorar o gol, não olha onde pisa e... Paf! Lá se foram nossas bolas.

Pois é meu amigo. O saco é tão importante, que até um presidente exclusivista, tinha orgasmos em dizer que o dele era roxo. E sem o saco, que seria dos puxa-sacos? Só restariam os baba-ovos, mas cá pra nós, ter o ovo babado já é um saco, imagine ter o ovo babado sem a proteção do saco?

Uma prova inequívoca da importância do saco é a proteção que dedicamos a ele nas situações de risco. No futebol, por exemplo, o pessoal que fica na barreira na hora da cobrança de falta põe as duas mãos pra proteger o fígado, o baço, a cabeça? Não. Quando dois sujeitos estão brigando, onde é que vai o primeiro pontapé?

Pois é. Só os fabricantes de bicicletas, não sei se por sacanagem ou desinformação, ainda não perceberam a importância do saco. Vejam que as bicicletas femininas não têm quadro (bem que elas gostariam que tivesse) e as masculinas têm. Não é uma sacanagem? Na hora que uma corrente quebra, a catraca falha ou o pé desliza, onde é que vai bater o nosso saco? (ui).

E as mulheres, que sabem das coisas, já nasceram com uma proteção natural ao nosso saco. Veja que a parte mais macia delas é justamente aquela onde o saco bate à vontade e os ovos não quebram.

Talvez por isso, aquela velha senhora advertiu ao incauto que ia se assentando sobre um embrulho colocado sobre o banco do ônibus:

- Moço, cuidado com os ovos!

- Desculpe minha senhora, não sabia que eram ovos.

- Não são ovos. São pregos.

NE: Publicada no livro A Levada da Égua... & outras estórias (2004)

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