segunda-feira, 28 de setembro de 2015

'Também disseram que chegar à Lua era impossível', diz brasileira candidata a morar em Marte

O dia de Sandra Silva parece ter mais horas do que o normal. A professora de 51 anos, que vive em Porto Velho (RO), ensina administração e sistemas de informação em uma universidade, atende em um escritório como advogada, faz design de aquários e escreve uma saga de ficção científica "à la Dan Brown" nas horas vagas. Em meio a todas estas atividades, ainda se prepara para ir à Marte – sem data para voltar.
A brasileira é uma das cem finalistas no processo seletivo do polêmico projeto Mars One, da ONG holandesa homônima, que pretende começar uma colônia terráquea no planeta vermelho a partir de 2025.
O projeto ganha nova dimensão ante o anúncio da Nasa (agência espacial americana), nesta segunda-feira, de que foram encontrados indícios concretos da presença de água no planeta vermelho - o que gera especulações sobre a possível existência de vida por ali.
A descoberta também tem implicações para os planos de enviar astronautas a Marte, já que a identificação de córregos perto da superfície poderia facilitar o estabelecimento de colônias.
A empreitada de Sandra envolve cientistas especializados em projetos de exploração espacial de 13 países e tem como um de seus maiores embaixadores o físico teórico Gerard 't Hooft, Nobel de Física em 1999.
No entanto, o plano para levar o grupo de 24 pessoas até Marte tem sido criticado por instituições como o MIT (Massachussets Institute of Technology). Recentemente, engenheiros do instituto sugeriram mudanças no projeto, afirmando que os colonos poderiam começar a morrer após três meses no novo habitat.
Sandra, no entanto, não demonstra receio. Fã do clássico de ficção científica Duna (saga ambientada em colônias humanas instaladas em outros planetas após o abandono da Terra), ela diz que sua paixão pela ciência pode levá-la até onde nenhum homem jamais foi. Até o início do ano, ela também ensinava ciências a alunos do ensino médio na rede pública.
"Eu sou apaixonada pelo negócio mesmo (pelo espaço), não tem jeito. Eu pensei muito, já tenho 51 anos. Sonhei minha vida toda em fazer isso, desde pequenininha. E se você se depara com a possibilidade de realizar seu sonho e não vai, isso é covardia pura", disse à BBC Brasil.

Confira os principais trechos da entrevista, realizada em fevereiro deste ano no BBCBrassil

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