
O incêndio já estava estabelecido, os aceiros
não foram o bastante, nada havia a se fazer, agora era tentar reduzir
os danos. Tirávamos o gado, estacas que estivessem guardadas por ali
eram recolhidas no carro de boi, e íamos cortar o fogo. Fazíamos aceiros
adiantes, até queimava lugares onde tivéssemos controle, e a depender
do vento, e, se perto do Rio, deixávamos queimar até lá e ficávamos do
outro lado combatendo para o fogo não pular.
A depender, até água , trazidas no burros se jogava, especialmente nos
tocos para não ser novo foco, e por fim muitos trabalhadores com fechos
de palhas de licuri íamos batendo no fogo, nas margens mais baixas.
Digo a vcs que é um perigo. Tem hora que vem um calor do fogo e te
imobiliza, é como se queimasse sua energia e vc fica imóvel incapaz de
se defender dele. Às vezes você consegue sozinho, se afasta, recupera ,
retoma a palha, muda de posição e recomeça. Ás vezes, um companheiro tem
de te puxar, por isso nunca é bom apagar um fogo desse sozinho.
Ás vezes, a tragédia fica linda a noite com a madeira ardendo na
escuridão. E no dia seguinte era tudo outra vez, até o fogo acabar,
pois, ele sempre acabava.
Eu sei que só temos palha de licuri
para combatermos essa pandemia, mas ao menos, se tivermos um ao outro
venceremos com certeza com o menor dano possível. Foi assim que aprendi
com meu pai!
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