Centenas de milhões de pessoas de todo o mundo estavam se adaptando nesta quarta-feira
(18) a medidas vistas uma vez a cada geração para enfrentar a crise do
novo coronavírus (Covid-19), que não só está matando os idosos e
vulneráveis, mas ameaçando causar um desastre econômico prolongado.
A doença de disseminação rápida, que migrou
de animais para humanos na China, já infectou cerca de 200 mil pessoas e
causou quase 8.500 mortes em 164 nações, desencadeando interdições de
emergência e injeções de dinheiro que não eram vistas desde a Segunda Guerra Mundial.
"Este evento é do tipo uma vez a cada cem
anos", disse o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, alertando
que a crise pode durar seis meses. O país foi o mais recente a limitar
aglomerações e viagens internacionais.
"A vida está mudando na Austrália, como está
mudando em todo o mundo", acrescentou enquanto seu governo se prepara
para um aumento possivelmente exponencial após as seis mortes
registradas até agora.
Existe alarme particularmente na Itália, que
testemunha uma taxa de mortalidade anormalmente alta - 2.503 de 31.506
casos - e está convocando milhares de estudantes de medicina para que
entrem em ação antes da conclusão dos cursos e ajudem um sistema de
saúde sobrecarregado.
Em todo o globo, tanto ricos quanto pobres
viram suas vidas viradas de ponta-cabeça quando eventos foram
cancelados, lojas ficaram desabastecidas, locais de trabalho esvaziados,
ruas desertas, escolas fechadas e viagens reduzidas ao mínimo.
"A higiene é importante, mas aqui não é
fácil", disse Marcelle Diatta, de 41 anos e mãe de quatro filhos no
Senegal, onde anúncios emitidos em alto-falantes exortam as pessoas a
lavarem as mãos - mas a água é cortada com frequência em seu bairro
pobre.
A crise está gerando uma onda de
solidariedade em alguns países. Vizinhos, famílias e colegas se unem
para cuidar dos mais necessitados, chegando a deixar suprimentos nas
portas das pessoas forçadas a ficar em casa.
No sul da Espanha, aplausos ecoam todas as
manhãs às 8h quando vizinhos que se isolaram agradecem os serviços de
saúde por seu trabalho e cumprimentam uns aos outros.
Assombradas por uma recessão global
aparentemente inevitável, nações ricas estão liberando bilhões de
dólares em estímulos para as economias, auxílio para os serviços de
saúde, empréstimos para negócios ameaçados e ajuda para indivíduos
receosos de hipotecas e outros pagamentos de rotina
Recuperação ou recessão
"Nunca passamos por nada assim. E nossa
sociedade, que se acostumou com mudanças que ampliam nossas
possibilidades de conhecimento, saúde e vida, agora se encontra em uma
guerra para defender tudo que tínhamos como certo", disse o premiê
espanhol, Pedro Sánchez, ao Parlamento.
A câmara estava quase vazia, já que a maioria dos parlamentares não pôde comparecer.
O dinheiro extra de governos e bancos centrais não bastou para acalmar os mercados: as ações e os preços do petróleo voltaram a sofrer abalos.
Apoiados no recuo do coronavírus na China, onde a doença surgiu no final do ano passado, otimistas preveem uma recuperação assim que a epidemia também ultrapassar seu pico em outras partes - o que se espera ocorrer em meses.
Já os pessimistas estão computando a possibilidade de surtos recorrentes e anos de sofrimento, e alguns até insinuaram comparações com a Grande Depressão dos anos 1930.
Em vários locais, milhões de trabalhadores temem por seus empregos.
Restaurantes, bares e hotéis estão fechando, e as empresas aéreas, que enfrentam a pior crise de que se recordam nos últimos tempos, já dispensaram dezenas de milhares de pessoas ou as sujeitaram a licenças sem remuneração.
Na China, a taxa de desemprego subiu para 6,2% em fevereiro, a mais alta desde que os registros começaram. Em dezembro ela foi de 5,2%. A maioria dos negócios e fábricas - tirando o epicentro da província de Hubei - já reabriu, mas não está claro quantos trabalhadores e funcionários de fato voltaram. Alguns setores estão se saindo melhor do que outros, como as farmacêuticas, supermercados, fornecedores de alimentos e prestadoras de serviço.
A câmara estava quase vazia, já que a maioria dos parlamentares não pôde comparecer.
O dinheiro extra de governos e bancos centrais não bastou para acalmar os mercados: as ações e os preços do petróleo voltaram a sofrer abalos.
Apoiados no recuo do coronavírus na China, onde a doença surgiu no final do ano passado, otimistas preveem uma recuperação assim que a epidemia também ultrapassar seu pico em outras partes - o que se espera ocorrer em meses.
Já os pessimistas estão computando a possibilidade de surtos recorrentes e anos de sofrimento, e alguns até insinuaram comparações com a Grande Depressão dos anos 1930.
Em vários locais, milhões de trabalhadores temem por seus empregos.
Restaurantes, bares e hotéis estão fechando, e as empresas aéreas, que enfrentam a pior crise de que se recordam nos últimos tempos, já dispensaram dezenas de milhares de pessoas ou as sujeitaram a licenças sem remuneração.
Na China, a taxa de desemprego subiu para 6,2% em fevereiro, a mais alta desde que os registros começaram. Em dezembro ela foi de 5,2%. A maioria dos negócios e fábricas - tirando o epicentro da província de Hubei - já reabriu, mas não está claro quantos trabalhadores e funcionários de fato voltaram. Alguns setores estão se saindo melhor do que outros, como as farmacêuticas, supermercados, fornecedores de alimentos e prestadoras de serviço.
Tensão geopolítica
Mas alguns atritos geopolíticos continuaram
normalmente, ou foram até exacerbados pela crise. Um documento da União
Europeia acusou a mídia russa de atiçar o pânico no Ocidente por meio da
desinformação a respeito da doença.
A Rússia negou acusações do tipo no passado.
Em outro atrito de longa data, a China retirou as credenciais de imprensa de três jornalistas norte-americanos em meio a uma disputa sobre a liberdade de imprensa e a cobertura do coronavírus.
A campanha presidencial dos Estados Unidos seguiu em frente, e Joe Biden venceu três primárias estaduais, mas agora se espera um hiato devido à epidemia.
Como a maioria dos grandes eventos esportivos já foi cancelada, o Comitê Olímpico Internacional (COI) está enfrentando uma pressão crescente para reconsiderar a Olimpíada de Tóquio de 2020.
"Todos nós queremos que Tóquio aconteça, mas qual é o plano B se não acontecer?", questionou a atual campeã olímpica de salto com vara, Katerina Stefanidi, uma de vários atletas que disseram que sua saúde está em risco enquanto tentam equilibrar os treinamentos com as interdições do coronavírus. (Agência Brasil)
A Rússia negou acusações do tipo no passado.
Em outro atrito de longa data, a China retirou as credenciais de imprensa de três jornalistas norte-americanos em meio a uma disputa sobre a liberdade de imprensa e a cobertura do coronavírus.
A campanha presidencial dos Estados Unidos seguiu em frente, e Joe Biden venceu três primárias estaduais, mas agora se espera um hiato devido à epidemia.
Como a maioria dos grandes eventos esportivos já foi cancelada, o Comitê Olímpico Internacional (COI) está enfrentando uma pressão crescente para reconsiderar a Olimpíada de Tóquio de 2020.
"Todos nós queremos que Tóquio aconteça, mas qual é o plano B se não acontecer?", questionou a atual campeã olímpica de salto com vara, Katerina Stefanidi, uma de vários atletas que disseram que sua saúde está em risco enquanto tentam equilibrar os treinamentos com as interdições do coronavírus. (Agência Brasil)
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