terça-feira, 17 de março de 2020

Regime político. Que bicho é esse?


No ano de 1964, ano do golpe de estado que estabeleceu uma ditadura militar no Brasil, eu tinha apenas dez ano. Em 1968 eu já tinha desenvolvido alguma consciência crítica, e como tenho espírito libertário, não gosto de prepotência e sou avesso à escravidão, logo me posicionei contra a ditadura e assim permaneci até que o País voltasse ao estado de direito, nos anos 80. Em 1976 participei da minha primeira campanha política, em nível municipal, e depois que entrei para o jornalismo, passei a conviver mais e entender os meandros da política.

         Não foi difícil para mim, que ainda no ginasial já tivera noções de Organização Social e Política Brasileira (OSPB) e Educação Moral e Cívica (EMC). Além disso eu já tinha estudado história geral e lido muitos livros que me trouxeram conhecimento sobre a Grécia, o berço da Democracia, a filosofia social de Marx, o comunismo russo, Além de impérios, reinados e potentados orientais, entre outras formas de governo. Lógico que me apaixonei pela democracia.
         Mas os anos se passaram e com eles a experiência que me fez entender que não importa o regime político para que um povo seja feliz, e sim a relação que este povo tem com o seu governo. Tomemos como exemplo a Monarquia inglesa. Oliver Cromwell derrubou o Rei Carlos e criou um sistema parlamentarista que passou a governar a Inglaterra. Estava tudo bem, mas o povo sentia a falta de um monarca, e logo havia um movimento para que ele assumisse a Coroa e restaurasse a monarquia. Ele resistiu, dizendo que não havia derrubado um rei para colocar outro no lugar, mesmo que esse novo rei fosse ele. Tempos depois o povo inglês resolveu o problema, restaurando a Monarquia, mas conservando o Parlamentarismo. Então, até hoje, na Inglaterra, o Rei (ou a Rainha), reina, mas quem governa é o Parlamento. E todo mundo está feliz.
         Outro exemplo é Cingapura, uma cidade-estado localizada no Sudoeste da Ásia, que até alguns anos atrás vivia num caos total. Crime organizado, corrupção, drogas, violência generalizada, analfabetismo, ignorância (lembra algum país? Kkk). Por lá apareceu um general que, sem dó nem piedade, fuzilou todos os corruptos, todos os bandidos, todos os drogados. No dizer dele, eliminou os diversos tumores cancerígenos que destruíam a nação. Implantou uma ditadura e com mão de ferro conduziu o país que saiu do nada para ser uma cidade primeiro mundo, onde o povo é altamente civilizado, tem alto grau de instrução, civilidade e civismo, e não existe mais crimes, corrupção nem droga. E quando aparece qualquer sinal disso, é rapidamente eliminado. E o povo vive muito feliz com seu regime ditatorial.  Da mesma forma os russos vivem muito felizes com sua ditadura comunista, até porque, sendo um povo descendente de bárbaros beligerantes, sabem que precisam de uma mão de ferro para impedir que se destruam mutuamente.
         E assim pelo mundo inteiro. Os Estados Unidos, chamado de “Berço da Liberdade Moderna”, por conta da sua Democracia Plena e mínima interferência do Estado no dia a dia dos cidadãos, perduram como uma das nações mais poderosas do mundo porque o seu povo sabe quanto custou em suor, sangue e lágrimas, a sua liberdade, e para mantê-la precisam ter muita responsabilidade, sem cometer desatinos e preservando a qualquer custo os seus valores culturais. Já a França socialista e liberal em demasia, já começa a pagar o preço pela irresponsabilidade e desonestidade dos seus governantes.
         Sei que vai ter muito intelectual de orelha de livro e esquerdista de mesa de bar que vai torcer o nariz ao ler esse texto. Mas a história, minha velha aliada, está aí para não me deixar mentir.

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