*Meu
Marketing*
Há mais de vinte
anos, quando a propaganda
de produtos do fumo era permitida, volta e meia indagavam-me o porquê das
fábricas de charutos, ao contrário dos cigarros, não investirem no ‘marketing
de massa’: televisão e revistas de grande circulação nacional.
Respondia-lhes, sendo os charutos
produtos de dados segmentos sociais, a conquista não deveria ser via artefatos
nucleares e sim a base de baionetas caladas: homem a homem.
Homem a homem significava, usando-se
termos da moderna tecnologia, um raio-laser, característica não do ‘marketing de
massa’, mas do ‘marketing direto’.
“Lendo aprende-se: só se aprende lendo”
– assim, conheci algo que praticava de forma intuitiva: o ‘marketing de
relacionamento’. Aprendi o valor, quase nunca percebido da importância dos
clientes, dos amigos e dos formadores de opinião.
O ‘marketing de relacionamento’ é uma
supercola. Quando a gente consegue grudar-se aos clientes proporcionando-lhes o
binômio confiança-segurança, alcançamos nosso objetivo: o benefício mútuo.
O posicionamento central do ‘marketing
de relacionamento’, ideal para produtos como charutos, em minha opinião, é
conhecer os clientes e cuidar bem deles. Cada consumidor é um caso específico.
Conhecer suas preferências, bem como garantir reciprocidade de vantagens são
elementos essenciais. Integram o pacote de benefícios, entre outros, a
qualidade do produto, a presteza no atendimento, o preço justo, a comunicação permanente
e oportuna.
Quantos de nós, esteve em alguma loja,
e saiu de lá com a convicção de não mais voltar? Atendentes destreinados,
produtos falsos ou mal estocados, informações incorretas, inflexibilidade
comercial, integram o elenco de desencantos com qualquer fornecedor.
Por maiores sejam as posses dos clientes,
por certo – regra comportamental humana - seus desejos as superam: desejos são
quase ilimitados. Cabe-me mostrar-lhes que os charutos baianos – entre outros, Dona Flor e Alonso Menendez – representam
maior valor e satisfação pelo dinheiro investido.
Por isso, o mandatário no negócio de
charutos é quem os consome.
Reclame! Sugira! Proteste! Telefone!
Mande um e-mail ou um “zap”.
Mas, por favor, diga alguma coisa pois,
quem cala nem sempre consente.
Por hoje é só!
Hugo A. de Bittencourt
Carvalho,
economista, cronista, ex-diretor das fábricas de charutos Menendez &
Amerino, Suerdieck e Pimentel, vive em São Gonçalo dos Campos – BA.
([email protected])
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