Ando deveras pensando no Juízo Final, o Apocalipse, o fim do mundo previsto na Bíblia. Segundo o texto bíblico vários sinais antecederão à chegada dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse. A saber: Peste. Fome. Guerra e Morte. E ainda mais um sem-número de pequenos sinais que, segundo o texto, indicariam que o fim está próximo. Nestes meus quase 70 anos já li e vivenciei pestes, fome, guerras e mortes. Então, o que está faltando? Pelo que li, apenas um raio cortar o espaço, o sol se apagar, e uma comitiva de divindades e anjos descerem dos céus à terra julgando e punindo os pecadores e levando os justos para o Paraíso.
Mas,
enquanto isso não acontece, eu temo que nós mesmos sejamos os causadores da
nossa extinção. E não tem sido por falta de tentativas. Há cerca de 60 anos
estivemos à beira de uma guerra nuclear entre a União Soviética e os Estados
Unidos e seus aliados. Segundo Einstein, uma guerra nuclear levaria a
humanidade, se não à extinção, a uma regressão á Idade da Pedra. Escapamos por
pouco. Mas como a indústria bélica tem fome de cadáveres, sempre tem algumas
guerras menores ocorrendo em algum lugares do planeta. E agora que a China deu
o pontapé inicial para as guerras biológicas, confesso vivo de cabelos
arrepiados. Se alguém se coça, espirra ou se sente mal perto de mim, meu
primeiro impulso é correr. Mas, correr pra onde? A porra do Corona saiu lá da China,
cruzou mares e continentes, matando gente no mundo todo. Até pobre de mim, que
me tranquei em casa por dois anos e fugi para o interior, peguei Covid, imagina
quem está na frente de batalha?
E ainda
tem a ameaça da guerra cibernética, que ameaça mandar robôs para matar gente.
Segundo li, já se fala em equipamentos para controle climático, que um dia
serão capazes de tornar a Amazônia num deserto (vão culpar o Bolsonaro) e o
Saara numa floresta tropical. Há muita especulação, mas o homem está sempre
procurando o meio para ser extinto. Talvez nada disso aconteça, mas há uma
frase de Raul Seixas que me deixa de orelhas em pé e s cabelos da nuca
arrepiados. “Buliram muito com o planeta/ o planeta como um cachorro eu vejo/
se ele já não aguenta mais as pulgas/ se livra delas num sacolejo”. Penso nos
fenômenos naturais. E de vez em quando eles recebem uma Ajudinha, como é o caso
de um terremoto ocorrido há poucos anos no Japão, que culminou com o “pipoco”
de um reator nuclear. Pouca gente sabe ou se lembra, mas o acidente desencadeou
uma série de terremotos e maremotos com tsunamis pelo mundo inteiro. Segundo
alguns cientistas, a ocorrência foi mais séria do que se pensa, porque chegou e
deslocar o planeta do seu eixo em alguns poucos centímetros, mas o suficiente
para mudar a geografia das chuvas regulares.
Agora imaginemos a
quantidade de sedimentos orgânicos soterrada após a colisão do meteoro, há 60
milhões de anos, que matou os dinossauros e quase extingue toda a vida no
planeta? Estes sedimentos se transformaram em gás e petróleo que há décadas
estão sendo retirados do subsolo diariamente, deixando imensos espaços vazios no
subsolo. Sem nada para sustentar as paredes dessas imensas cavernas que estamos
formando, o que vocês acham que vai acontecer? Como se não bastasse a Falha de
Santo André que, se desabar (e ela vai desabar um dia) vai levar grande parte
da costa oeste dos Estados Unidos.
Mas, como eu disse,
vivemos em busca da nossa própria extinção. Então estamos tentando matar uns
aos outros, até o dia em que a natureza ficar de saco cheio e resolver acabar
com a gente de vez.
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