quarta-feira, 30 de março de 2022

Juízo Final

          

Ando deveras pensando no Juízo Final, o Apocalipse, o fim do mundo previsto na Bíblia. Segundo o texto bíblico vários sinais antecederão à chegada dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse. A saber: Peste. Fome. Guerra e Morte. E ainda mais um sem-número de pequenos sinais que, segundo o texto, indicariam que o fim está próximo. Nestes meus quase 70 anos já li e vivenciei pestes, fome, guerras e mortes. Então, o que está faltando? Pelo que li, apenas um raio cortar o espaço, o sol se apagar, e uma comitiva de divindades e anjos descerem dos céus à terra julgando e punindo os pecadores e levando os justos para o Paraíso.

         Mas, enquanto isso não acontece, eu temo que nós mesmos sejamos os causadores da nossa extinção. E não tem sido por falta de tentativas. Há cerca de 60 anos estivemos à beira de uma guerra nuclear entre a União Soviética e os Estados Unidos e seus aliados. Segundo Einstein, uma guerra nuclear levaria a humanidade, se não à extinção, a uma regressão á Idade da Pedra. Escapamos por pouco. Mas como a indústria bélica tem fome de cadáveres, sempre tem algumas guerras menores ocorrendo em algum lugares do planeta. E agora que a China deu o pontapé inicial para as guerras biológicas, confesso vivo de cabelos arrepiados. Se alguém se coça, espirra ou se sente mal perto de mim, meu primeiro impulso é correr. Mas, correr pra onde? A porra do Corona saiu lá da China, cruzou mares e continentes, matando gente no mundo todo. Até pobre de mim, que me tranquei em casa por dois anos e fugi para o interior, peguei Covid, imagina quem está na frente de batalha?

         E ainda tem a ameaça da guerra cibernética, que ameaça mandar robôs para matar gente. Segundo li, já se fala em equipamentos para controle climático, que um dia serão capazes de tornar a Amazônia num deserto (vão culpar o Bolsonaro) e o Saara numa floresta tropical. Há muita especulação, mas o homem está sempre procurando o meio para ser extinto. Talvez nada disso aconteça, mas há uma frase de Raul Seixas que me deixa de orelhas em pé e s cabelos da nuca arrepiados. “Buliram muito com o planeta/ o planeta como um cachorro eu vejo/ se ele já não aguenta mais as pulgas/ se livra delas num sacolejo”. Penso nos fenômenos naturais. E de vez em quando eles recebem uma Ajudinha, como é o caso de um terremoto ocorrido há poucos anos no Japão, que culminou com o “pipoco” de um reator nuclear. Pouca gente sabe ou se lembra, mas o acidente desencadeou uma série de terremotos e maremotos com tsunamis pelo mundo inteiro. Segundo alguns cientistas, a ocorrência foi mais séria do que se pensa, porque chegou e deslocar o planeta do seu eixo em alguns poucos centímetros, mas o suficiente para mudar a geografia das chuvas regulares.

Agora imaginemos a quantidade de sedimentos orgânicos soterrada após a colisão do meteoro, há 60 milhões de anos, que matou os dinossauros e quase extingue toda a vida no planeta? Estes sedimentos se transformaram em gás e petróleo que há décadas estão sendo retirados do subsolo diariamente, deixando imensos espaços vazios no subsolo. Sem nada para sustentar as paredes dessas imensas cavernas que estamos formando, o que vocês acham que vai acontecer? Como se não bastasse a Falha de Santo André que, se desabar (e ela vai desabar um dia) vai levar grande parte da costa oeste dos Estados Unidos.

Mas, como eu disse, vivemos em busca da nossa própria extinção. Então estamos tentando matar uns aos outros, até o dia em que a natureza ficar de saco cheio e resolver acabar com a gente de vez.

Nenhum comentário: