domingo, 13 de maio de 2012

DIA DAS MÃES


                Eu já disse neste espaço o que acho destas datas como Natal, Dia Internacional da Mulher, Dia dos Pais e agora falo sobre o Dia das Mães. Quando eu era criança ficava muito triste nestas datas porque não entendia a razão de uns ganharem presentes outros não. Meu pai não tinha uma "boa" condição financeira, mas, não nos deixava faltar o essencial. Alimento, roupa, calçado, escola, tínhamos o necessário. Mas, essa coisa de presente nestas datas, não tinha. Para que entendêssemos a situação ele nos contou logo que Papai Noel não existe, que na verdade são os pais das crianças que atendem seus pedidos. Na sua sabedoria ele nos mostrou que tudo não passava de apelo comercial e não deixava que a gente considerasse injusto umas crianças serem presenteadas e outras não. 
 
            No dia das mães não era diferente. Mas, minha mãe para que não ficássemos de fora da festa da escola, ela mesma providenciava os presentes para que participássemos das comemorações. Eu cresci, me tornei mãe, avó, e meu conceito sobre estas datas é o mesmo. Não passam de datas comerciais. O verdadeiro sentimento nem sempre existe. Não faz diferença para mim se ganhar ou não um presente neste dia. Eu sinto mais prazer em ser presenteada em uma data qualquer. Quando um filho ou meu marido me oferecem uma flor em um dia qualquer, fico radiante. E para expressar melhor o meu sentimento em relação ao Dia das Mães, transcrevo o texto de Leda Marques Bighetti.
 
"Refletindo sobre o fato, perguntaríamos: Como surgiu o "Dia das Mães ? Qual seu verdadeiro sentido? Atinge objetivos ?"
      Certo dia em 1864, em Grafton, Virginia Ocidental, nasce e cresce uma bela menina ruiva de nome Anna Jarvis. Passam-se os anos, e ao sair da Faculdade Mary Baldwin, dedica-se ao magistério. Sua Mãe, viúva, possuía boa situação financeira. A vida era tranquila para Anna e Elsinore, sua irmã cega. Alguns anos transcorrem, e as três mudam-se para Filadélfia. Anna emprega-se como assistente do departamento de publicidade de uma companhia de seguros. Assim vive dos vinte aos quarenta anos. Em 1905, a Sra. Jarvis morre. Anna vive momentos de indescritível dor que marcarão uma nova etapa em sua vida.
      Estando com quarenta anos, era dona de uma bela casa, tutora da irmã e principal beneficiária da herança materna.
      Na saudade da presença materna, uma ideia se forma em seu espírito: instituir um dia consagrado especialmente às mães.
      Em conversa com o prefeito Reyburn, de Filadélfia, sugere-lhe a ideia, insistindo em um ponto que seria inquestionável  -  a homenagem envolveria as mães vivas e também aquelas que já tivessem morrido. Seria um dia dedicado ao sentimento, ternura, devoção, lembranças, convívio alegre, diálogos, reencontros, afetos sem fim. Quem quisesse, ofereceria uma flor. Ela, prestaria sua homenagem, com um cravo branco, flor predileta de sua mãe.
      Nesse pensar, faz de sua casa, um centro de campanha das mais estranhas e eficientes que se tem notícia: - escreve cartas e mais cartas a governadores, congressistas, industriais, clubes femininos, enfim a qualquer um que pudesse exercer influência.
      Respostas chegaram com tal intensidade, demandavam tanta correspondência, que Anna deixa o emprego, para dedicar-se inteiramente à campanha.
      Tornando-se pequena, sua casa, agora transformada em escritório, compra a casa vizinha. Chegam convites para visitar cidades, falar em organizações. Escreve, imprime folhetos distribuindo-os gratuitamente. Essas atividades consumiram grande parte de sua fortuna, mas Anna não permite que isso a preocupe. Continua a escrever, viajar, fazer conferências. Em 1814, sua eloquência convence o Deputado J. Thomas Heflin, do Alabama e o Senador Morris Sheppard, do Texas, a presentearem, em conjunto, uma proposta para que em toda nação americana, o " Dia das Mães ", fosse instituído. Aprovado pelas duas casas do Congresso, o grande momento chega, quando o Presidente Woodrow Wilson, assina proclamação na qual recomenda que o segundo domingo de maio ( aniversário da morte da mãe de Anna ), fosse, no país inteiro um dia em homenagem à todas as mães.
      Anna não descansa   -   era preciso conquistar o mundo... prossegue nas correspondência, discursos, conferências, folhetos de exortação, viagens, encontros, agora, em escala internacional. Esse esforço é notavelmente bem sucedido, e, ainda em vida, acompanha quarenta e três países adotarem o " Dia das Mães ", entre eles o Brasil, quando a 5 de maio de 1932, o então chefe do governo provisório, Getúlio Vargas, pelo decreto 21.366 instituiu o segundo domingo de maio como o " Dia das Mães ".
      A satisfação, o triunfo de Anna Jarvis, em breve, tornava-se-lhe grande frustração que a fez escrever desesperada a centena de jornais buscando esclarecer, despertar, refletir:"- " Estão comercializando o "Dia das Mães". Não era isso que eu pretendia. Não era esse o objetivo, a idéia. A festa é do sentimento... não pode, não deve haver diferenças entre a homenagem `mãe pobre e a festa da mãe rica...A expressão é o afeto, o coração a vibrar amor...."
      Nesse afã, em 1925, entra decidida em um hotel na Filadélfia. Encaminha-se em direção a um grupo da Associação de Mães de Veteranos de Guerra, reunidas em convenção e censura-as duramente, denunciando-as por venderem a preços extorsivos, cravos brancos, com os quais homenagear-se-iam mães. Tentaram em vão interrompê-la. Obstinada, o policial chamado a prende sob acusação de perturbar a ordem.
      Esclarecidos os fatos, o juiz a liberta. Dias após, um repórter, visita-a em sua casa, à Rua 12 Norte Filadélfia. A bela mulher de cabelos brancos, sessenta anos, sentada na cadeira de espaldar alto, detém absorta, o olhar no retrato de sua mãe.
      O jornalista pergunta-lhe:
      - Porque a senhora não desiste ? Está lutando sozinha contra o mundo ! Deveria orgulhar-se por ser a criadora do " Dia das Mães "...
      Transformando-o num comércio sórdido, responde. Estou tentando, de todas as maneiras, que o " Dia das Mães ", seja aviltado por certa classe de indivíduos e organizações que vêm nele um meio de ganhar dinheiro. " Dia das Mães ", é dia de sentimento, não d diferenças, preocupações, dívidas, lucros !
      Prossegue na luta. Inesperadamente ve-se pobre e só. Apaga-se seu belo sorriso. Recolhe-se à sua casa na Rua 12 Norte Leva Elsinore pela mão e fecha com firmeza a porta às suas costas. Dai para frente, recusou-se a receber quem quer que fosse, lamentando ter criado o " Dia das Mães ".
      Não muito tempo se passa, e, exausta, agonizante, Anna Jarvis é levada para o Sanatório da Praça Marshal, na cidade de West Chester, Pensilvânia, onde morre.
      Wallace Leal V. Rodrigues, conta que nas páginas psicografadas por Francisco Cândido Xavier, que ele compilava, Anna Jarvis, pedia-lhe que se restabelecesse o espírito abastardo do " Dia das Mães "e pergunta:  -  " É uma maldição que os homens mercadejem com tudo quanto é belo, santo e puro ? Por favor, peça aos espíritas, que conjuntamente ao Natal, retirem o " Dia das Mães " dos balcões e caixas registradoras. Enfeitem-nos de Bondade e Alegria: contabilizem-no no coração ! Eles podem fazer isto ! "
      A reflexão profunda está passada no convite à ternura plena, a ser oferecida à mãe pobre, à mãe rica, casada, solteira, jovem ou não, em pérolas de gratidão iluminadas pelas orações que se oferecem a Deus, pela felicidade de cada uma delas onde... " o próprio coração lhe é ofertado por dádiva sincera num ramalhete de amor !"

      Bibliografia
            "Mãe - Antologia Mediúnica"
            Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos.


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