
Os problemas do campo não se resume
apenas as estiagens do Nordeste. Passam também pelas geadas e inundações no
Sul, Sudeste e Centroeste. Em todas essas situações, nos
momentos emergenciais aparecem políticos como salvadores da pátria, para fazerem
promessas que nunca serão cumpridas.
Passados os primeiros momentos de
dor e comoção pelas vidas perdidas, pelas perdas das safras e dos bens
materiais, logo as promessas são esquecidas, tudo volta a rotina de sempre e
aqueles que perderam tudo lutam para encontrar um meio de sobreviver. Esquecida
a tragédia, um ano, dois anos ou mais, tudo volta a acontecer e novamente surge
novas promessas e novamente nunca são cumpridas.
No caso as secas do Nordeste que
existem desde tempos imemoriais, o fenômeno sempre foi usado como forma de
manter o povo nordestino na miséria e na ignorância para que ficasse sempre
dependente de favores de políticos. Nos últimos tempos essa pratica iniciada
pelos coronéis nordestinos, foi oficializada com instituição do programa Bolsa
Família. Disse Luiz Gonzaga que "uma esmola para um homem que é são ou lhe
mata de vergonha ou vicia o cidadão".
Tão acostumados estamos a viver sob
o paternalismo dos governantes que aceitamos e estamos viciados com a esmola
governamental. Ninguém mais quer trabalhar, nem projeta planos para o futuro.
Vive-se o momento agora e tudo que acontecer culpa-se o Governo. E a vida vai
ficando como a cantiga da perua, que é uma só: de pior a pior.
Nos anos 80 fazendeiros da região de
Feira de Santana contrataram um empresa para fazer bombardeamento de nuvens e
assim fazer chover, pois a seca já castigava a região ha muito tempo. Não deu
certo. E nem poderia dar, porque a técnica empregada precisa de nuvens
propícias para que seja bombardeadas apressando a precipitação das chuvas.
Vejo agora no noticiário que o
Governo está contratando uma empresa para bombardear nuvens na Bahia. Se não
deu certo antes, não vai dar certo agora pelo mesmo motivo. Não ha nuvens
propícias. A própria dona da empresa que vai executar os serviços, declarou que
este trabalho precisa ser feito o ano inteiro. Hoje sobre a Bahia existe uma área
de alta pressão que não permite a formação de nuvens e ainda não existe
tecnologia para fazer isto acontecer. Ou seja: reverter a área de alta para
baixa pressão.
Não vai chover. Mas, com certeza,
vai chover dinheiro nos cofres duvidosos do Governo que passa a imagem de está
trabalhando para resolver o problema, quando na verdade ele é o único culpado
pela situação de penúria em que vive o povo nordestino, notadamente o baiano.
A seca não se combate. Aprende-se a conviver com ela. Para tanto, é necessário
fazer açudes, barragens nos rios, cacimbas e cisternas nas pequenas cidades e
povoados, de forma a armazenar o máximo possível de água quando as chuvas caírem.
Também é necessário a distribuição de sementes e insumos a preços módicos,
juros baixos e prazos de carência para que se possa arar a terra, fazer o
plantio, irrigar e colher os frutos.
Nada disso é feito. E somente quando
ha emergência o governo se manifesta com planos mirabolantes e promessas que
não serão cumpridas. Mas, ainda resta uma esperança, pois o governador Wagner
foi a Roma conversar com o Papa, que é o sucessor de São Pedro, e quem sabe pedirá
a ele que abra as torneiras do céu sobre a Bahia. Se não der certo, a
presidente Dilma que parece ter muito boas relações com os Estados Unidos, não
consiga trazer de lá uma tribo de índios para aqui executar a dança da chuva.
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