Na praça
estava algumas mulheres da chamada vida fácil. Alguém
provocou uma delas: o que acha
dos missionários, você
não tem medo do
castigo de Deus?
Ela, com
simplicidade garantiu: esse deus dos pregadores não
é o meu Deus.
O meu Deus
é cheio de misericórdia,
ama perdoa os infelizes.
Explicou ainda: não
estou nesta vida porque
quero, mas é a única
chance que
me restou para
dar escola e alimentar minha filha, que eu não quero que seja como eu.
Ela
disse mais: nas minhas
tristes madrugadas,
antes de deitar,
ajoelho ao pé da cama,
como minha
mãe me
ensinou, e peço proteção a Maria, minha senhora e minha mãe. Peço
que me
ajude a sair desta vida,
peço, sobretudo, que
ela esteja ao meu
lado na hora
da morte.
Jesus jamais rejeitou os pecadores,
embora tenha tido palavras
duras com os auto-suficientes
doutores da lei.
Jamais teve uma palavra
dura contra
qualquer mulher.
Foi contra os fariseus,
mestres e doutores
da lei que
Jesus proclamou: elas –as prostitutas –
e os publicanos vos precederão no Reino de Deus.
(Mt 21,31).
Faz PARTE
do bom senso
e está no Evangelho a afirmação: quem muito
recebeu, muito terá de prestar
contas. As circunstâncias
têm papel destacado
na vida de todas as pessoas.
Os pais, os mestres,
os comandos iniciais
da infância marcam profundamente
uma existência. Muitas vezes, o espaço
da liberdade é drasticamente reduzido. É
por isso
que Jesus aconselha: não julgueis e não
sereis julgados (Mt 7,1). Para Ele,
não existe nenhum
caso perdido. As portas
da misericórdia estarão sempre abertas.
Mesmo assim é inteligente
dar-nos conta que
a duração de nossa
vida é limitada. O tempo
é um presente
que Deus
nos dá para nosso amadurecimento. E o tempo
de Deus é hoje.
E um dia,
nossa vida
será examinada, não pela
ótica fria
da lei, mas
pela ótica
do perdão
e da caridade.
+ Itamar Vian
Arcebispo
Metropolitano
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