terça-feira, 8 de maio de 2012

Ma Fé, sim!


            Ouvi atentamente o relato de Dilson Barbosa no seu programa Bom Dia Feira, que vai ao ar na rádio Princesa FM, sobre o constrangimento pelo qual passou a sua esposa, também advogada, Dra. Angélica, numa praça de pedágio da Via Bahia. Ela havia recebido como troco na praça de Amélia Rodrigues uma nota de R$ 2,00 remendada com fita adesiva. Ao tentar pagar o pedágio na praça de Simões Filho com a mesma nota, esta não foi aceita. Ela argumentou que havia recebido a nota da própria Via Bahia e que apenas estava devolvendo, mas, seus argumentos não foram aceitos e os funcionários, inclusive o gerente, ainda debocharam dela.

            Dilson Barbosa é um gentleman e não admitiu que a Via Bahia estivesse agindo de má fé, dando ao ocorrido uma conotação de mal entendido proporcionado pelos funcionários da empresa. A Dra Angélica vai entrar com uma ação contra a empresa por danos morais e vai exigir de volta a sua cédula danificada que, no vai e vem nas mãos dos funcionários, não lhe foi devolvida. A isso chama-se exigência de cumprimento de direitos e a ação da Via Bahia chama-se de má fé.

            A Via Bahia não está agindo de forma diferente de nenhuma prestadora de serviço concessionária do poder publico. Assim agem as empresas telefônicas, as fornecedoras de água e energia e tantas outras que vencem o cliente pelo cansaço. Muitos não reclamam por achar o valor envolvido insignificante, outros por não querer perder tempo, e outros ainda por não querer se envolver em problemas com as empresas. E assim com uma cobrança indevida aqui e outra acolá, um troco que não é dado corretamente, faturas emitidas em duplicidade, elas vão nos roubando diariamente valores pequenos mas que no final de cada mês se tornam somas volumosas recolhidas aos seus cofres.  Somos roubados diariamente em todos os lugares. Os supermercados colocam em promoção produtos com validade próxima do vencimento ou até vencidos, não empregam empacotadores deixando o serviço a cargo dos seus clientes, como se esses fossem seus empregados, colocam funcionários de menos nos caixas aproveitando-se da nossa bovina paciência para enfrentar filas enormes, e por ai vai. E não temos a quem apelar, porque os governos sabem disso tudo mas providencia alguma tomam para resolver o problema.

            Nos bancos a coisa é ainda pior. A própria presidente Dilma Rousseff  já esperneou e fez beicinho reclamando porque os bancos não baixam as taxas de juros, apesar da atual situação da nossa economia não exigir mais juros tão altos. Mas, de nada adiantou a presidente espernear e fazer beicinho, os juros continuam altos, o que demonstra a fraqueza das nossas autoridades em relação aos poderosos grupos financeiros. 

            Não se trata de ordens mal passadas, ou funcionários despreparados para os cargos que ocupam. Se fosse assim, diante de tantas reclamações as próprias empresas já teriam resolvido o problema simplesmente advertindo ou demitindo funcionários incapazes. Então não é mal entendido, não são casos isolados mas, sim, a pura e simples prática de má fé, com a certeza da impunidade.

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