segunda-feira, 14 de maio de 2012

O Dia das Mães através dos tempos

O Dia das Mães foi ontem, mas, este texto publicado no Mulher 7 X 7está excelente e eu não poderia deixar de compartilhar com vocês. 
 Você vai conhecer agora, a verdadeira história do Dia das Mães, numa versão não autorizada e baseada em fatos surreais, a roteirista Claudia Valli, nos presenteia com um texto cheio de humor.

Tudo começou no Jardim do Éden, quando Deus disse à Eva:
- Parirás com dor e comemorarás o Dia das Mães ralando à beira de um fogão ou numa fila de churrascaria rodízio, debaixo de sol forte, rodeada por crianças pentelhas e sem limite. Ganharás de presente jogos de panela, máquinas de costura, aspiradores de pó, lavadoras, secadoras e muitos panos de prato bordados.
 
A praga estava lançada. E praga de pai pega. Principalmente se tratando d´O PAI.
De lá pra cá não podia mesmo ser diferente. As mães estavam predestinadas à ralação eterna.
 
Na pré-história, por exemplo, os filhos costumavam fazer uma corrida de mães arrastadas para homenagear suas genitoras. A idéia era simples e muito econômica: cada filho pegava sua mãe pelos cabelos e saía arrastando. Quem chegasse primeiro na caverna ganhava um javali recém caçado para a mãe arrastada preparar para o almoço, por mais dor de cabeça que ela estivesse sentindo.
N Grécia Antiga, celebrava-se a maternidade festejando Rhea, a mãe de todos os deuses. Como os gregos têm uma mania extravagante de sair quebrando pratos, o chão ficava uma porcalhada só. Adivinha quem ficava limpando aquele caos enquanto os filhos iam se entupir de vinho em homenagem a Dionísio? As mães, claro, enquanto pensavam: “Por que não me levaram pra assistir a uma tragédia no teatro? Estão apresentando Medéia, minha favorita…”.
 
Em Roma, a festança era dedicada a Cibele (a mãe dos deuses de lá). A esbórnia durava três dias, uma verdadeira festa rave, onde as genitoras ralavam como escravas celtas, num evento que recebia o sugestivo nome de “Hilária”. Hilária porque devia ser mesmo muito hilário para os filhos assistirem às mães se desdobrando para alimentar aqueles romanos insaciáveis por pão e circo. Era mais divertido do que luta de gladiador no Coliseu.
 
Na Idade Média, como todo mundo sabe, só havia quatro classes sociais: os nobres, o clero, os servos e as mães. Os nobres combatiam, o clero rezava, os servos trabalhavam e as mães faziam tudo isso e ainda se estressavam porque os feudos estavam sempre uma zona. Nessa época, o riso era combatido com veemência. Isso pelo menos garantia às mães que ninguém ia rir da cara delas caso pedissem alguma homenagem especial. Até porque ninguém comemorava nada. Só havia duas festas nesse período: a dos Loucos e a do Asno. As mães precisavam decidir com qual se identificavam mais e entrar de cabeça. Era uma dúvida atroz.
 
No séc. XVI, na Inglaterra, comemorava-se o Domingo da Maternidade, quando as servas, que trabalhavam (sem folga) para a população rica, tinham direito de ir para suas casas e passar o dia com sua mães. Chegando lá, elas encontravam as pobres coitadas no fogão preparando o tradicional “mothering cake”, um bolo que dava um trabalhão do cacete pra ser feito. Sensibilizadas, as moças acabavam ajudando suas mães e assim, ninguém tinha folga. Era uma alegria.
 
Em 1914, nos EUA, o Presidente Wilson proclamou o feriado do Dia das Mães, pasme… num domingo! Cá pra nós, se era pra ser num domingo, não precisava ser feriado, concorda? Não há dúvida de que isso foi sacanagem pra não liberar um dia útil pras pobres coitadas.
 
Nos anos 60, os filhos começaram a questionar essa coisa de família, preferindo se mandar para festivais de sexo, drogas e rock´n´roll. Isso deixava as mães preocupadíssimas com seus rebentos que, além de tarados e drogados, podiam ficar parecidos com o Serguei.
 
Hoje em dia, alguns rituais populares se firmaram como a mais perfeita tradução do Dia das Mães. São eles: o ritual dos engarrafamentos nas entradas dos shoppings, o ritual das filas nos caixas das lojas e o ritual da espera nas portas dos restaurantes a quilo ou das churrascarias rodízio. Sem excluir, é claro, o ritual do almoço em família preparado pela própria homenageada, que permanece até hoje. Apesar de alguns protestos feministas.
 
É importante destacar também uma nova tendência que está surgindo: alguns filhos estão optando por presentear suas mães no Dia das Bruxas. Eles devem ter lá seus motivos.
 
Mas conhecer as verdadeiras origens dessa data destinada a nós, mães, e aos comerciantes (não necessariamente nessa ordem), não muda a nossa forma de encará-la. Pois basta receber um desenhinho tosco, uma toalhinha de lavabo com a mãozinha do filho pintada, um bilhetinho carinhoso ou simplesmente ouvir a frase “Mamãe eu te amo” e pronto. Está feito o estrago. Murmuramos um emocionado “Ai, que fofo”, deixamos uma lágrima escorrer, nos tornamos a mulher mais feliz do mundo e estamos prontas para organizar o melhor almoço do ano ou para nos lançar heroicamente na primeira fila de churrascaria que aparecer.
Por tudo isso, Feliz Dia das Mães para todas nós! (http://colunas.revistaepoca.globo.com )

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