Os anos combatendo a ditadura militar,
mais 35 anos de jornalismo, me deram uma percepção melhor sobre as questões
políticas e os políticos. Naqueles anos de chumbo, importava-me apenas com o
fim do regime de exceção e a volta do estado de direito. Finda a ditadura, na
minha ingenuidade de jovem inexperiente, eu acreditava (como ainda acredito)
que existem pessoas de bem, e passei a votar naqueles que me inspiravam mais
confiança para conduzir o Brasil no caminho da democracia, da ordem e do
progresso, livre da ameaça comunista.
Ledo engano. O dragão da maldade estava
apenas escondido, disfarçado de democrata, e sem que a gente percebesse, com a
cumplicidade dos nossos “desgovernantes”, eleitos por nós, ele se revelou com
mais força. Eu acreditaria numa recuperação do Brasil, se não conhecesse bem o
caráter, ou melhor, a falta de, da maioria dos brasileiros, inclusos aí
políticos e povo em geral, afinal, todos nós, inocentes ou não, temos nossa
parcela de responsabilidade por tudo que está acontecendo. Não temos a
capacidade de reconhecer nossos erros e aprender com eles, vivemos sempre
buscando um “Salvador da Pátria” que venha, graciosamente, nos redimir das
culpas e nos reconduzir ao paraíso perdido sem que tenhamos que fazer o menor
esforço por isso, porque somos mesmo um povo frívolo e preguiçoso.
Mesmo diante de tudo o que está
acontecendo, ainda tem gente defendendo esse ou aquele político, esse ou aquele
partido, divulgando ou acreditando em mentiras, provocando discórdias entre
nós, na base de “quanto pior melhor”, porque já foi dito que a melhor maneira
de tomar o poder é dividir o povo, fazendo com que lute entre si, tornando-se
enfraquecido e manipulável. Não acredito em prostitutas virgens. Por isso digo
que Temer é culpado, mas os que querem a sua queda são iguais ou piores que
ele. Conclusão: Qualquer lado que vença, o povo perde. Portando, se não puder
ir embora daqui. Vou escolher um lado. O das Forças Armadas.
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