sexta-feira, 19 de maio de 2017

O infiltrado na força-tarefa



A Ex-Ministra Eliana Calmon disse que delação sem pegar o Judiciário não era delação. Agora, na delação da JBS , Rodrigo Janot teve de prender um de seus procuradores, pois, o dono da JBS, Joesley, diz claramente que conseguiu infiltrar um espião em uma das forças-tarefas que estava lhe passando as informações.

            Como o áudio não poderia ser cortado não houve margem para que o corporativismo pudesse salvar este procurador que teve de ser denunciado  em nome da prova maior que foi  gravar o Temer, que, aliás, nada faz diante de uma informção grave como esta.

É mesmo estranho, como claramente diz a ex-Ministra Eliana Calmon, que em meio a tantas sentenças, mudanças de leis, os membros do Judiciário tenham passado incólumes.

            É de estarrecer descobrir que alguém com confortável salário de procurador precisa trair o MP e vender informações. O humano é mesmo falível. 



Segredo na delação estimula especulações

Os atos do, habitualmente, comedido Ministro Fachin de prender a irmã de Aécio Neves, afastá-lo do mandato e submeter seu pedido de prisão ao plenário do STF sugere que há muito mais coisa do que o vazado nesta delaçao da JBS, afinal, só o pedido de R$ 2milhões, sem contrapartida não justificaria. Há informações que Aécio teria prometido uma diretoria da Vale , em contrapartida, e que outros R$60 milhões de reais teria saído dos cofres da JBS para o Senador. 

Do mesmo modo deve haver mais informacoes da JBS sobre Temer. O site Antagonista sugere que Temer teria passado informações privilegiadas sobre o corte de 1 ponto nos juros pelo Copom, para Joesley, o que liquidaria qualquer possibilidade de governabilidade para Temer.

O Ministro do STF costuma levantar o sigilo das delações o que seria salutar para evitar especulações e dar sustentação às ações  que precisam ser tomadas.

Caso se confirmem, Temer deverá renunciar, como a saída mais rápida e capaz de trazer um rumo ao país.





Quadrilha...

Joesley era de Aécio, mas também era de Dilma; Odebrecht era de Lula, mas também era de Serra..

É como na música de Brown: eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também...



Delação abala Brasília e pode por fim ao governo Temer

Brasília está em pânico, sacudida pela delação premiada dos irmãos Batista , donos da JBS, irmã siamesa da Odebrecht em obter dinheiro do BNDES e pagar propina a políticos. Segundo o Jornal o Globo eles gravaram Temer dando aval a empresa pra comprar o silêncio de Eduardo Cunha. Isto é clara obstrução da Justiça e se Delcídio Amaral foi preso por isso, Temer não tem como escapar. Um deputado indicado por Temer para resolver problemas da JBS no governo foi filmado pela PF com uma mala de dinheiro, com notas numeradas. A delação quebra a espinha dorsal do governo.

Outro acusado de pedir propina foi Aécio Neves que acaba de liquidar todas as suas ambições presidenciais. Ele pediu R$2 milhões a JBS, tendo indicado um assessor

de Zezé Perrela, amigo, irmão, ( famoso por ser dono de um helicóptero com cocaína que caiu no Espirito Santo). 

Outro que está liquidado é Guido Mantega, ex-Ministro que negociava propina para a máquina de corrupção que era o PT , dentro do governo. 

A situação é gravissíma e não restará a Temer capital político para sustentar-se no poder. O país fica em risco porque apresentou os primeiros sinais de recuperação com aumento do emprego e PIB positivo e estava na iminência de aprovas reformas fundamentais. 

A falência do governo Temer, joga o país no escuro. Será preciso muita maturidade, muita conscência política, muita capacidade de articulação, para que se evite a anarquia pura e simples. Há boatos que várias conversas foram travadas no exterior- inclusive naquele oportuno seminário em Portugal- sobre o futuro, que provavelmente incluia a cassação da chapa Dilma-Temer.

A delação virou o jogo. Como na famosa piada, faltou combinar com os russos.  



Violência e fracasso



Não é a única causa, mas desde que o Ministério da Justiça passou a fazer parte da barganha da "governabilidade"e tornou-se um assento de alta rotatividade a violência apenas se agravou. Combatê-la exige planos de curto, médio,  longo prazo,  e intervenções continuadas, o que não acontece se o grupo de gestores muda continuamente.

Não se sabe, nem se tem notícia de nenhum plano nacional de combate a violência que tenha sido organizado, financiado,  posto em prática, de forma completa,  pelo Ministério da Justiça. O que há são ações pontuais, ou em períodos especiais como as Olimpíadas,  no RIo.

Nenhum plano de policiamento de fronteiras efetivo, combate a lavagem de dinheiro ( fundamental), reestruturação do sistema policial, combate a corrupção judicial e policial, combate ao tráfico de armas, organização, integração, unificação dos sistemas de combate ao crime tem sido apresentado. 

O que há são meras ações de faz de conta, factóides para render manchetes e dar impressão que não vivemos em um sistema de parasitismo com o crime. Aliás, alguns defendem que o PCC ajudou a reduzir o crime em São Paulo, o que, particularmente, acredito. 

Esta inércia, tolerância, falta de ação,  que levou o Rio de Janeiro ao desmando total e ocupação integral pelo crime- nos palácios e nas ruas-, é a mesma que permite o PCC  tomar violentamente a tríplice  fronteira, incluindo um roubo milionário no Paraguai; as quadrilhas terem controle total dos presídios; a violência recrudescer barbaramente em Feira e a  ex-pacata Berimbau tornar-se um centro de refinamento de drogas, com mais de 200kg de cocaína apreendida em um laboratório.  

Não é mais possível que esta nódoa miserável, suja, menor, que se constitui a atual política brasileira, continue colocando Ministros da Justiça do porte do atual- insípido, inodoro, incolor-, apenas porque a vaga é do PMDB. O Ministério precisa de gente competente e com força política para implantar um plano de ação que projeta o cidadão brasileiro e não que gaste seu tempo a vazar informações da Polícia Federal ou que se dedique a salvar seus cúmplices partidários- de qualquer partido- como tem acontecido. Chega de fracassos.  O brasileiro não suporta mais tanta insegurança.



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