quinta-feira, 4 de maio de 2017

Venezuela e seus cúmplices morais



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Em 71, reconhecendo a importância do Brasil, Nixon recebeu Médici, na Casa Branca, dizendo: “Para onde o Brasil for, o resto da América Latina irá”. Pela dimensão geográfica, importância econômica, população, força militar, o Brasil tem um inevitável papel de liderança na América Latina. É preciso que reconheça esta força e a use para liderar os vizinhos em direção à democracia, a liberdade de imprensa, o estado de direito, e o respeito aos direitos humanos.

A destruição econômica da Venezuela, a ruptura institucional e a franca ditadura lá instalada tem a cumplicidade do governo petista. Lula abriu mão de ocupar o protagonismo político na região - natural por ser presidente brasileiro- preferindo entregar ao caudilho Chávez, este papel, enquanto ele se dedicava a objetivos, digamos, mais econômicos, ou a receber um avião venezuelano na calada da noite para deportar boxeadores cubanos que pediram asilo, em um dos mais vergonhosos episódios da história nacional.


O mesmo Lula ao ser questionado pelo caminho da ditadura que a Venezuela estava tomando disse que lá tinha “ democracia até demais”. A política externa brasileira guiada por Marco Aurélio “Top Top” Garcia, uma das mais abjetas figuras que já transitou pelo Ministério das Relações Exteriores, deu apoio e validou as ações do ditador. Aliás, Lula não só apoiou o chavismo - um arremedo de bolivarismo-, como usou influência pessoal para aprovar o bilionário empréstimo do BNDES para construir o porto de Mariel, em Cuba, a pedido de Chávez, segundo a delação premiada da Odebrecht.

Agora, diante do fracasso econômico, da falta de alimentos, só restou ao ridículo ditador Maduro- sucessor de Chávez- escancarar a ditadura e autorizar a violência contra estudantes, o que já levou a 29 mortes, 400 feridos e mais de 1000 presos.

As venezuelanas que se prostituem para comer, na fronteira brasileira, as famílias amputadas de seus filhos, as vítimas das agressões das milícias governistas, o domínio do narcotráfico, os cadáveres dos que morreram resistindo , pertencem, também, ao petismo, que validou esta ditadura ao invés de usar sua imensa influência para manter a democracia. E pertencem, também, a cada intelectual, militante, manifestante, que apoiou e foi cúmplice desta parceria.

Sob a consciência de vocês escorre não só as veias abertas da América Latina, mas a vida perdida dos que sonharam com a liberdade e o sofrimento de milhões de venezuelanos. Carreguem suas cotas.

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