domingo, 8 de março de 2020

As mulheres


Nós que somos nós - machos alfa- sabemos que a civilização só andou para frente porque a mulher tava cansada daquela caverna sem decoração, da falta de rosas cultivadas para o galanteio - que naquele tempo se resumia a matar o maior javali- , da novela na TV digital, do amor sem depilação, do espinho de porco para prender o cabelo e do único botox disponível ser veneno de cobra.
Por outro lado aquele negócio do homo erectus ( sim, uma das maiores jogadas de marketing de todos os tempos, que o homem já fez, afinal, erectus é erectus, hoje e na idade da pedra lascada) que passava meses viajando,caçando dinossauro com seu bando, ficava cheirando a história de pescador, motivo pelo qual ela resolveu trocar pelo homo sapiens que se não era este erectus permanente ( toda casada sabe), ao menos adorava o sofá de pedra polida e ficar com a família, motivo pelo qual- vejam vocês a importância delas- uma espécie sumiu e a outra sobreviveu.
Isto apenas prova nesta cronica antropologicamente fundamentada que a mulher é essencial ao homem e a sua sobrevida, seja na rua, na chuva, na fazenda, ou numa casinha de sapê.
Reconheçamos, amigos, que estamos aí, criando, fazendo poesia, dançando, malhando na academia, assumindo presidências, ganhando fortunas, comprando iate, vencendo na vida, apenas por um único motivo: o coração de uma mulher.
Veja que os romances definitivos da humanidade, as canções imortais, giram ao redor de sua presença, ou, mais ainda, de seu abandono, até porque o homem abandonado por seu grande amor não serve nem pra cobrar escanteio no baba de domingo. São as misérias e glórias da paixão que movem o mundo e a história. O resto é apenas cenário, enredo para a conquista, a posse, a perdição no momento em que ela resgata o erectus perdido no sapiens dominado.
Sim, elas vieram com o chip do controle e da razão danificados; o das lágrimas desregulado; o da sensibilidade hiperativado; o da desconfiança, em duplicata; o da vingança, sem desarme; o do encanto, sujeito a oscilações inesperadas; e o do cuidado, insuperável.
Certo, mas nada poderia ser diferente no ser que nos abriga e cria no próprio ventre e comeu a maçã por nosso mais delicioso pecado. Por isso ela é nossa escolha definitiva, cabendo aos sábios e os felizes, aos que tecem com fios de linho o encontro, acertando na escolha e regulagem, viver o jardim das delícias do humano nas mãos do extraordinário ser que se pode revelar em uma mulher.
parabéns!

Nenhum comentário: