A preocupação global com a pandemia
do novo coronavírus está gerando impactos nos mercados internacionais e
uma onda de tomadas de decisões drásticas por governos em diferentes
partes do mundo nos últimos dias.
O medo da propagação da doença
em larga escala levou a Itália a determinar uma quarentena em todo o
país nesta semana. Nos Estados Unidos, um navio com milhares de pessoas
foi mantido longe do porto na Califórnia por transportar portadores do
vírus, enquanto o festival South by Southwest foi cancelado.
No
Brasil, onde há 34 casos confirmados da doença, o governo anunciou
medidas para testar mais pacientes suspeitos de terem covid-19. Ao
confirmar os primeiros casos do coronavírus no Brasil no fim de
fevereiro, entretanto, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta,
disse não haver motivo para pânico.
Para Paul Slovic, especialista em percepção de risco, as pessoas
em todo o mundo realmente têm motivo para estarem preocupadas com a
doença e os governos têm razão em tomar medidas de precaução.
O
grande problema, ele explica em entrevista à BBC News Brasil, é que a
pandemia de coronavírus está cercada de uma forte sensação de falta de
controle e há pouca informação sobre como evitar que a doença continue
se propagando.
"A
preocupação que as pessoas e os governos estão demonstrando não parece
exagerada. As autoridades precisam realmente tomar precauções. Mas saber
qual é a decisão correta a tomar não é totalmente claro dado o fato de
que ainda não sabemos muito bem o quanto esta doença vai se espalhar, ou
como podemos controlar a contaminação", disse.
Presidente da ONG Decision Research, especializada em estudos sobre processos de tomada de decisão e julgamento, Slovic é professor da universidade de Oregon, nos EUA, e um dos maiores pesquisadores sobre percepção de risco, saúde e política no mundo, com mais de 40 anos de experiência na área.
Ele também é autor de algumas obras fundamentais de estudos de risco, como os livros Perceptions of Risk e The Feeling of Risk ( "Percepções de Risco" e "O Sentimento de Risco", ambos sem edição no Brasil).
Com tom crítico, Slovic alega que a forma como a mídia global está tratando a pandemia, com foco no aumento do número de casos e na falta de uma vacina ou tratamento, aumenta essa sensação de medo.
Para o professor, a propagação de notícias falsas, que chegou a ser chamado de "infodemia" faz parte de um processo de "destruição da verdade", que torna a sensação de risco ainda mais grave.
"Se não podemos confiar mais nas fontes de informação, isso é um problema gigante", explicou.
Segundo ele, a melhor forma de "vacinar" as pessoas contra reações exageradas e medo é apostar na divulgação de informações confiáveis sobre como evitar a contaminação.
"É preciso ter informação para controlar o risco. Controle é um fator central na forma como as pessoas lidam com risco."
"O fundamental é saber se é possível se proteger e proteger sua família e amigos, saber se o governo está preparado para lidar com o problema. Tudo isso depende de informações confiáveis. Se não podemos confiar nas informações, isso reduz ainda mais o senso de controle das pessoas, o que faz a percepção de risco piorar bastante, criando pânico generalizado e fazendo as pessoas agirem de forma equivocada", disse.
Click aqui e leia a entrevista completa.
Presidente da ONG Decision Research, especializada em estudos sobre processos de tomada de decisão e julgamento, Slovic é professor da universidade de Oregon, nos EUA, e um dos maiores pesquisadores sobre percepção de risco, saúde e política no mundo, com mais de 40 anos de experiência na área.
Ele também é autor de algumas obras fundamentais de estudos de risco, como os livros Perceptions of Risk e The Feeling of Risk ( "Percepções de Risco" e "O Sentimento de Risco", ambos sem edição no Brasil).
Com tom crítico, Slovic alega que a forma como a mídia global está tratando a pandemia, com foco no aumento do número de casos e na falta de uma vacina ou tratamento, aumenta essa sensação de medo.
Para o professor, a propagação de notícias falsas, que chegou a ser chamado de "infodemia" faz parte de um processo de "destruição da verdade", que torna a sensação de risco ainda mais grave.
"Se não podemos confiar mais nas fontes de informação, isso é um problema gigante", explicou.
Segundo ele, a melhor forma de "vacinar" as pessoas contra reações exageradas e medo é apostar na divulgação de informações confiáveis sobre como evitar a contaminação.
"É preciso ter informação para controlar o risco. Controle é um fator central na forma como as pessoas lidam com risco."
"O fundamental é saber se é possível se proteger e proteger sua família e amigos, saber se o governo está preparado para lidar com o problema. Tudo isso depende de informações confiáveis. Se não podemos confiar nas informações, isso reduz ainda mais o senso de controle das pessoas, o que faz a percepção de risco piorar bastante, criando pânico generalizado e fazendo as pessoas agirem de forma equivocada", disse.
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