A realidade virtual (RV, ou VR, na sigla em inglês) pode ajudar os
pacientes de fisioterapia a concluir seus exercícios em casa com
sucesso, graças a pesquisadores do Warwick Manufacturing Group (WMG), da
Universidade de Warwick, no Reino Unido. Eles conseguiram combinar a
tecnologia RV com a captura de movimento em 3D.
A fisioterapia atualmente prescrita geralmente exige que os
pacientes realizem exercícios regulares em casa. Fora da clínica, os
pacientes raramente recebem outra orientação além de um folheto de
esboços ou fotografias estáticas para instruí-los a concluir seus
exercícios. Isso leva a uma baixa adesão, com os pacientes ficando
ansiosos por não fazer o exercício direito, ou simplesmente
entediando-se com a repetição dos movimentos.
O advento da tecnologia de realidade virtual do consumidor combinada
com a captura de movimento 3D permite que movimentos reais sejam
traduzidos com precisão em um avatar que pode ser visualizado em um
ambiente virtual. Pesquisadores do Institute of Digital Healthcare do
WMG estão investigando se essa tecnologia pode ser usada para oferecer
orientação aos pacientes de fisioterapia, fornecendo um fisioterapeuta
virtual em casa para demonstrar os exercícios prescritos.
Um artigo sobre a pesquisa, publicado na revista “PLOS ONE”, abordou a questão de se as pessoas são capazes de seguir com precisão os movimentos de um avatar virtual.
Os pesquisadores investigaram se as pessoas conseguiam coordenar e
acompanhar com precisão os movimentos de um avatar em um ambiente
virtual. Eles pediram aos participantes que se sincronizassem em termos
temporais com um avatar visualizado através de um dispositivo RV.
Seguir o avatar
Sem o conhecimento dos participantes, os pesquisadores desaceleravam
ou aceleravam sutilmente uma das etapas do avatar, de modo que os
participantes tinham de corrigir seu próprio movimento de passo para
permanecer no tempo. O efeito que essa correção teve no tempo das etapas
e na sincronização com o avatar foi medido.“Se os participantes corrigissem seus próprios passos para acompanhar
o avatar, saberíamos que eles eram capazes de seguir com precisão os
movimentos que estavam observando”, comentou o autor principal do
estudo, Omar Khan, do WMG. “Descobrimos que os participantes lutavam
para manter o tempo apenas se a informação visual estivesse presente. No
entanto, quando adicionamos sons de passos realistas, além das
informações visuais, as informações multissensoriais mais realistas
permitiam aos participantes seguir com precisão o avatar.”
Mark Elliott, pesquisador principal do projeto no WMG, afirmou:
“Existe um enorme potencial para que as tecnologias de RV do consumidor
sejam usadas para fornecer orientação aos exercícios de fisioterapia,
mas também para tornar os exercícios mais interessantes. Este estudo se
concentrou na questão crucial de como as pessoas podem seguir um guia
virtual”.
Theo Arvanitis, coautor e diretor do Institute of Digital Healthcare
do WMG, acrescentou: “Nosso trabalho e nossa solução tecnológica
habilitada digitalmente podem sustentar inovações transformadoras da
saúde para impactar o campo da fisioterapia e ter um benefício direto na
reabilitação dos pacientes. Agora, planejamos investigar outros tipos
de movimentos que trabalham em estreita parceria com fisioterapeutas,
para estabelecer as áreas da fisioterapia que mais se beneficiarão com
essa tecnologia”. (Terra)
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