Recipientes com adesivo "Vacina Covid-19", em foto ilustrativa 10/04/2020 REUTERS/Dado Ruvic
Foto: Reuters
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O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, disse nesta
terça-feira, 23, que o governo pode fechar nesta semana o acordo para
produzir no Brasil a vacina que está sendo desenvolvida pela
Universidade de Oxford em parceria com a biofarmacêutica AstraZeneca. O
produto é o imunizante mais promissor em teste.
"Já estamos (Ministério da Saúde e Casa Civil) com as ligações
paralelas com a universidade e com a AstraZeneca já bem adiantadas,
envolvendo aí a Bio-Manguinhos (entidade da Fiocruz responsável pela
pesquisa, inovação e produção de vacinas)", disse Pazuello em audiência
pública virtual à comissão mista do Congresso que analisa as ações
econômicas de combate à pandemia.
Pazuello disse ainda que, das "15 iniciativas promissoras de vacinas,
estamos trabalhando diretamente com três". Além de mencionar a vacina da
universidade britânica, o ministro interino citou a da biofarmacêutica
americana Moderna - que, segundo a própria empresa, gerou respostas
seguras depois de ser testada em humanos - e também uma outra vacina
desenvolvida pela China.
"Estamos trabalhando em paralelo. É objetivo número 1 do (SUS), do
ministério, que a gente tenha acesso à entrada direta das futuras
fabricações para que a gente não perca o bonde, para que possamos
participar e ter a liberdade de fabricar a vacina, não só comprar. Na
América Latina, só o Brasil tem essa competência de fabricação com a
Bio-Manguinhos."
No último fim de semana, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
iniciou os testes da vacina desenvolvida por Oxford em voluntários
brasileiros, após esses exames clínicos terem sido aprovados pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O diretor do Instituto Butantã, Dimas Covas, disse estar muito otimista
com a possibilidade de que o governo do Estado de São Paulo tenha, até o
fim deste ano, uma vacina contra o novo coronavírus. No dia 11, o
governador do Estado, João Doria (PSDB), anunciou uma parceria entre o
Instituto Butantã e a farmacêutica chinesa Sinovac para a produção de um
antígeno. Segundo Covas, o instituto está "fortemente empenhado" no
desenvolvimento de um agente imunizador. Covas reforçou o cronograma que
havia sido divulgado da realização de um estudo clínico até o fim de
outubro e, caso seja aprovado, da produção da vacina no início do
próximo ano.
Orçamento
O ministro interino lembrou que o orçamento previa para a área de Saúde
cerca de R$ 140 bilhões, em 2020. Outros 40 bilhões foram destinados
pelo Congresso Nacional por meio de créditos extraordinários para o
combate à pandemia. Mas Pazuello reconheceu que apenas 11 bilhões desses
recursos, o equivalente a um terço, foram gastos até agora, por
diversos entraves.
Terra /com Agência Senado e Reuters
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