A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) retomou nesta segunda-feira (22) a liberação de mosquitos Aedes aegypti contaminados com a bactéria Wolbachia,
que tem capacidade de impedir a transmissão de doenças como dengue,
zika, chikungunya e febre amarela urbana. O programa foi interrompido há
três meses, por causa da pandemia de covid-19.
A retomada da liberação começa pelos bairros de Ramos, Olaria e Bonsucesso, na zona norte do Rio de Janeiro.
Segundo o líder do Método Wolbachia no Brasil, Luciano Moreira, essas
doenças, chamadas de arboviroses, não deixaram de circular no país
durante a pandemia e, por isso, é importante retomar o projeto.

“Durante o período de suspensão das atividades de campo, nossas equipes mantiveram as ações para manutenção da colônia de Aedes aegypti com Wolbachia,
respeitando as orientações de segurança e higiene das autoridades de
saúde. Além disso, estamos trabalhando em inovações para assegurar que a
liberação de mosquitos com Wolbachia, bem como seu
monitoramento, possam ser realizados com segurança, diante deste cenário
de pandemia”, disse o pesquisador da Fiocruz.
A liberação dos mosquitos será feita durante
16 semanas, mas o monitoramento da população de mosquitos infectadso
com a bactéria permanece suspensa, já que exige a interação dos técnicos
da pesquisa com os moradores e comerciantes voluntários que instalaram
as armadilhas em suas residências ou lojas.
Método Wolbachia
O Método Wolbachia começou no Rio de Janeiro
em 2015, com a liberação dos mosquitos contaminados em Tubiacanga, na
Ilha do Governador, na zona norte da capital, e em Jurujuba, em Niterói,
na região metropolitana. Em menos de dois anos, os pesquisadores
constataram que a população de Aedes aegypti com Wolbachia nos locais estava em 90%. Em 2018, o projeto foi ampliado para 14 bairros da zona norte. com
Segundo a Fiocruz, a Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas não no mosquito Aedes aegypti.
“Quando presente nesses mosquitos, ela impede que os vírus da dengue,
zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do mosquito,
contribuindo para a redução destas doenças. Uma vez que os mosquitos com
Wolbachia são liberados no ambiente, eles se reproduzem com mosquitos
de campo e ajudam a criar uma nova geração de mosquitos com Wolbachia.”
O trabalho da Fiocruz integra a iniciativa internacional World Mosquito Program (WMP),
que opera atualmente em 12 países. Além do Brasil, fazem parte do
projeto Austrália, Colômbia, México, Indonésia, Sri Lanka, Índia,
Vietnã, Kiribati, Fiji, Vanuatu e Nova Caledônia.(Agência Brasil)
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