O mês de julho é marcado em todo o país
pelas ações de diagnóstico e educativas relacionadas às hepatites
virais, onde diversas unidades e órgãos de saúde promovem a campanha
Julho Amarelo. Em Feira de Santana a Prefeitura através da Secretaria de
Saúde preparou para o mês algumas atividades que serão desenvolvidas
pelo Programa Municipal de Hepatites Virais a partir do dia 1º.
Devido as medidas restritivas de
distanciamento social, não haverá pela primeira vez ações de mobilização
nas ruas da cidade, porém as ações de orientação, alusivas e cuidados
estão mantidas tanto nas unidades quanto no programa municipal, que será
decorado com a cor da campanha.
A importância da vacinação contra
hepatite B estará sendo reforçada durante todo o mês no programa
municipal, a dose é oferecida durante todo ano pelo programa e pelas
unidades de saúde e faz parte do calendário nacional de vacinação de
rotina. Testes rápidos para diagnóstico da hepatite B e C também serão
ofertados no programa, sendo realizados cinco no turno da manhã e cinco
no turno da tarde, aberto ao público. O exame também é descentralizado,
sendo possível realizar nas unidades de saúde.
Segundo a enfermeira coordenadora do
programa municipal de hepatites virais, Telma Nandiara, devido o contato
com objetos perfurocortantes, alguns profissionais como tatuadores e
manicures devem estar atentos aos cuidados com esterilização dos
equipamentos ou fazendo uso de materiais descartáveis.
"Temos atualmente cerca de 1.461
pacientes ativos em Feira de Santana, ou seja, que estão com a doença.
708 destes possuem a hepatite B, que é transmitida por contato sexual ou
sanguíneo. Outros 753 possuem a hepatite C, transmissível por via
sanguínea através do compartilhamento de objetos cortantes com uma
pessoa infectada", pontuou a enfermeira.
Ainda de acordo com ela apenas este ano,
entre os meses de janeiro a junho, foram realizados 1.536 testes
rápidos para diagnóstico da hepatite B e C. Dentre os exames, sete
apresentaram resultado positivo para hepatite B e dois para hepatite C.
118 doses da vacina contra hepatite B também foram aplicadas pela equipe
do programa.
Os pacientes cadastrados são
acompanhados por uma equipe multidisciplinar formada por médico clínico,
hepatologista, infectologista, enfermeiro, nutricionista, psicólogo,
assistente social e farmacêutico. "Além deste acompanhamento temos um
serviço de coleta de exames laboratoriais para controle, incluindo
serviço de avaliação da carga viral. A medicação também é dispensada
pelo programa", afirma Telma Nandiara.
Sobre a hepatite:
Hepatite A
A hepatite A é uma infecção no fígado
altamente contagiosa, provocada por meio fecal-oral, por contato com
indivíduos ou por ingestão de água ou alimento contaminados pelo vírus.
Dentre os sintomas é possível destacar náuseas, dor abdominal, perda de
apetite e febre baixa, sendo possível curar naturalmente em até dois
meses.
A melhor forma de evitar a doença é
melhorando as condições de saneamento básico e de higiene, como lavagem
das mãos após ir ao banheiro, trocar fraldas ou antes de comer e
preparar alimentos. Lavar alimentos que são consumidos de forma crua e
cozinhá-los bem, principalmente carne de porco, mariscos e frutos do
mar.
"Muitas vezes o paciente não chega ao
programa pois se curou sozinho, ou por não ter recebido diagnóstico",
justificou Telma Nandiara.
Hepatite B
A Hepatite B é uma infecção no fígado
facilmente prevenida por meio de vacina, que é oferecida gratuitamente
através do Sistema Único de Saúde (SUS).
A doença é transmitida por contato
sexual vaginal, oral ou anal sem proteção, ou por meio de contato
sanguíneo com agulhas, seringas, ou materiais perfurocortantes
contaminados com o vírus. Além disso é possível que haja o contágio da
mãe para o bebê durante a gravidez, parto ou amamentação, caso a mulher
esteja infectada.
Os sintomas são: dor abdominal, amarelamento dos olhos, fadiga, perda de apetite e entre outros.
O tratamento depende da gravidade. Em
casos mais leves, a doença desaparece sozinha. Casos crônicos necessitam
de medicação e, possivelmente, de um transplante de fígado.
Hepatite C
A hepatite C é uma inflamação no fígado
causada por um vírus transmitido por contato sanguíneo, através de
materiais cortantes contaminados como compartilhamento de agulhas ou de
equipamentos de tatuagem não esterilizados.
O tratamento é feito com medicações
antivirais e ainda não há vacina para a hepatite C, mas existe
tratamento com altas taxas de cura.
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