Um
estudo feito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) tornou
mais fácil identificar lugares onde, segundo pesquisadores, a chance de
ser infectado pelo vírus SARS-Cov-2, responsável pela pandemia de
covid-19, é maior. Os resultados parecem comprovar o que já é protocolo
sanitário em todo o Brasil: a residência é o lugar mais seguro para as
pessoas neste momento.

A equipe de virologistas responsáveis pelo
levantamento coletou amostras de lugares públicos de alta circulação na
cidade de Belo Horizonte. O método utilizado foi parecido com os testes
realizados para detectar a presença do vírus no organismo: o swab
- um tipo de cotonete alongado que, quando friccionado contra
superfícies, coleta o material em repouso - foi usado em pontos de
ônibus, corrimãos, entradas de hospitais e até mesmo bancos de praças.
Das 101 amostra colhidas, 17 continham traços do novo coronavírus.
Para Matheus Westin, infectologista e
professor de medicina da UFMG, a organização dos lugares em categorias
de risco faz sentido, apesar de não ter nenhuma participação no estudo.
Ele explica que há 3 critérios básicos para avaliação de risco de locais
públicos. “Para se avaliar o risco de um determinado local, levamos em
consideração três elementos: o número de pessoas que podem portar a
infecção, o nível de aglomeração esperado nos ambientes e a chance de
haver pessoas com a infecção no local."
O médico lembra, ainda, que objetos também
podem ter partículas infecciosas inertes. Frutas, verduras, caixas e
outros itens que ficam expostos podem carregar o vetor de infecção. O
estudo classificou as áreas de risco de acordo com os três pilares
sanitários identificados pelos médicos.
Linha de frente
O estudo mostrou também que profissionais
que trabalham na linha de frente de combate ao novo coronavírus estão
muito mais suscetíveis ao contágio, já que a proximidade com infectados é
inevitável.
“Todas as formas de assistência direta
envolvem proximidade. Desde os cuidados primários, como administrar
medicação ou conversar com o paciente, aos procedimentos invasivos, como
ajustar o ventilador mecânico, aspirar as vias aéreas ou entubar o
paciente, tudo isso cria um grande risco de transmissão”, argumenta
Westin.
Segundo o médico e professor, o investimento
em equipamentos de proteção individual (EPIs) de qualidade é crucial, e
pode definir se o profissional médico será contaminado ou não ao tratar
pacientes. “Boa parte desse equipamento é de uso único. A troca deve
ser periódica. Mas não dá pra esquecer que o profissional de saúde, ao
chegar em casa, deve lavar bem com água e sabão as vestimentas
hospitalares para remover traços de contaminação das roupas”, informou.
O site da UFMG afirma que o estudo
não pode ser considerado científico, mas que as evidências corroboram a
escala de perigo de infecção. (Agência Brasil)
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